O presidente Lula viajou ao Amapá nesta quinta-feira (15) com o objetivo de destravar a exploração de petróleo na Margem Equatorial. A visita reforça o interesse do governo em avançar na análise ambiental para liberar atividades na região, considerada uma das últimas fronteiras de petróleo do Brasil.
Região de interesse estratégico para o Brasil, a viagem de Lula ocorre para tentar destravar resistências de 2023, quando o Ibama negou a licença à Petrobras para perfuração na bacia da Foz do Amazonas, citando riscos ambientais.
A região abriga centenas de espécies nativas e ambientalistas apontam que a exploração de petróleo na costa do Amapá deve ter impactos ambientais de grandes proporções.
Na visita, Lula buscará mediar o impasse, alegando que o objetivo inicial é de mera pesquisa. “Precisamos autorizar que a Petrobras faça a pesquisa, é isso que queremos”, anunciou o presidente, na véspera da viagem, em entrevista à rádio Diário do Amapá. “Se [a Petrobras] vai explorar, é outra discussão. O que não dá é ficar nesse lenga-lenga”, continuou.
Ainda nesta quarta (12), a fala de Lula foi retirada de contexto por veículos de comunicação, como se fosse um ataque do presidente ao Ibama.
Desde 2020, a Petrobras tenta a licença do órgão para explorar a margem equatorial, que fica a 175 km da costa do Amapá e 500 km da foz do rio Amazonas. Em 2023, o Ibama rejeitou o pedido apontando que a petroleira não apresentou soluções para socorrer a fauna da região em caso de vazamentos de óleo.
A Petrobras reforçou os pedidos de estudo e defende a viabilidade do projeto. Em declarações antes da viagem, Lula reafirmou a necessidade da pesquisa, de averiguar se é possível e quais os riscos ambientais, antes de efetivamente iniciar a exploração.
“A gente não pode ser um país que, por preconceito, não quer explorar suas riquezas. A Margem Equatorial tem potencial gigantesco, e não podemos abrir mão disso enquanto ainda precisamos de petróleo”, disse Lula.
Além do petróleo, a visita de Lula ao Amapá tem como objetivo anunciar acordos de desenvolvimento regional, equilibrando a necessidade de crescimento econômico com políticas ambientais responsáveis.
O presidente irá anunciar também medidas de regularização fundiária e investimentos em infraestrutura e educação. Nesta quinta (13), Lula participou de evento de doação da Gleba Cumaú, uma área do Amapá que foi entregue, definitivamente à regularização fundiária e urbanização, o que era uma demanda da população local há mais de 35 anos.