Em entrevista coletiva, o médico Marcos Stavale, da equipe médica do hospital Sírio-Libanês de São Paulo, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está neurologicamente perfeito e conversando” após o procedimento, na manhã desta quinta-feira (12), de embolização de artéria meníngea para bloquear o fluxo de sangue no cérebro e evitar futuros sangramentos.
De acordo com os médicos, a intervenção durou menos de uma hora. A complementação da cirurgia foi feita em uma sala de cateterismo e não em centro cirúrgico.
O médico Roberto Kalil disse que o presidente deve ter alta hospitalar e retornar a Brasília na próxima segunda-feira (16) ou terça-feira (17).
“Um dia a mais ou um dia a menos depende da evolução [dele] que está sendo muito boa. Do Palácio [Planalto] ele pode retomar uma agenda de despacho sem nenhum problema”, disse Kalil.
O médico disse que o presidente terá que evitar os exercícios físicos diários que ele fazia. “Vai ser postergado um pouco. Eu costumo a dizer para os pacientes: você está de alta hospitalar, mas não de médica. Ele vai continuar sendo acompanhado pela equipe médica chefiada pela doutora Ana Helena Germoglio”, disse.
“Claro que após o procedimento cirúrgico, após o que aconteceu, vai se requerer um repouso relativo por algumas semanas talvez”, completou Kalil.
O médico disse que Lula está comendo e conversando. “Quem trabalha com a mente nunca para. A orientação é evitar qualquer tipo de estresse, o que é impossível na posição dele. Ele está sentado, conversando e andando pra lá e pra cá”, observou.
O presidente vai retirar o dreno da cabeça no final da tarde e amanhã deverá deixar a UTI. “O presidente vai permanecer no mesmo espaço físico, o que vai mudar serão os cuidados de monitorização contínua”, explicou Ana Helena Germoglio.
Cirurgia
Na última segunda-feira (9), Lula sentiu dores de cabeça após reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD). Na madrugada da terça-feira (10) foi submetido a cirurgia de trepanação para drenar uma hemorragia intracraniana em decorrência do acidente doméstico sofrido no 19 de outubro.
Enquanto não se recupera totalmente, o presidente será substituído pelo vice-presidente Geraldo Alckmin nas agendas e os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) assumem as negociações com o Congresso.