Lula

Em entrevista publicada nesta terça-feira (3.jun.2025) pelo jornal francês Le Monde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não permitirá o retorno da extrema-direita ao poder em 2026. Às vésperas de sua visita oficial à França, Lula também falou sobre meio ambiente, criticou Israel por suas ações em Gaza e comentou o papel do Brasil no cenário internacional.

“Quero viver até os 120 anos. Sobre 2026, só posso garantir uma coisa: não permitirei o retorno da extrema-direita ao poder. O remédio para a crise não é menos democracia — é mais democracia”, afirmou o presidente, ao responder sobre sua queda de popularidade. Apesar da melhora nos indicadores econômicos, Lula reconheceu dificuldades em comunicar os avanços de seu governo e responsabilizou as redes sociais pelo ambiente de hostilidade e desinformação.

O presidente também rebateu as críticas à exploração de petróleo na Margem Equatorial, na foz do Rio Amazonas, negando contradição com o discurso ambientalista. Segundo ele, o país precisa da riqueza para financiar a transição energética e afirmou que o poço será perfurado a 500 km do delta do Amazonas. “Não haverá problema. E, se houvesse risco, eu seria o primeiro a me opor”, disse.

Lula ainda abordou o cenário geopolítico global, afirmando que a guerra na Ucrânia teve início com erro da Rússia, mas que EUA e Europa também têm responsabilidade pela escalada do conflito. Sobre sua visita a Moscou em maio, declarou que foi prestar homenagem às vítimas soviéticas da Segunda Guerra e que o Brasil mantém boas relações com a Rússia.

Em relação a Gaza, voltou a classificar as ações de Israel como “genocídio”. “Não se trata de um confronto entre exércitos, mas de um massacre de civis por uma força militar altamente sofisticada. Cada ataque de Israel, supostamente contra o Hamas, só deixa para trás vítimas civis – mulheres e crianças.”

O presidente também reiterou a necessidade de fortalecer a governança global, criticando o atual papel da ONU e defendendo o reconhecimento do Estado palestino por mais países.

Ao comentar a atuação do BRICS, Lula afirmou que o grupo não tem inimigos e busca apenas desenvolvimento e comércio justo. Ele criticou a ameaça de Donald Trump de aplicar tarifas de 100% a países que tentem abandonar o dólar: “Não assusta ninguém. Não vamos pedir autorização a Washington para escolher a moeda que julgarmos mais apropriada para nossos intercâmbios.”

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Last Update: 04/06/2025