Lula alerta para riscos de retrocesso democrático e diz se sentir “enxugando gelo”

Presidente Lula discursa em Paris – Foto: Reprodução

Na quinta-feira (5), durante discurso em Paris, o presidente Lula (PT) desabafou sobre os desafios enfrentados por seu governo. “Às vezes, parece que estou enxugando [gelo] porque nunca termina de enxugar. A luta para a conquista das coisas que a gente sonha é sempre muito complicada”, disse.

O mandatário comentou sobre a insatisfação popular, reforçada por uma pesquisa da Quaest divulgada na quarta-feira (4), que apontou 57% de desaprovação ao governo em maio. O levantamento também mostrou o chefe de Estado tecnicamente empatado com possíveis adversários na corrida presidencial de 2026, como Jair e Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Eduardo Leite (PSD) e Ratinho Júnior (PSD).

Lula demonstrou preocupação com o crescimento da extrema-direita no cenário global. “O que me entristece muito é que, na política, a gente não tem só avanços, tem muitos retrocessos. Estejam preparados porque há uma corrente no mundo hoje, de uma extrema-direita fascista e nazista, que nega as instituições”, afirmou – ele destacou que esse grupo costuma criticar a imigração na Europa e usar o discurso anticorrupção como principal bandeira.

Ao falar sobre o Brasil, o presidente mencionou Bolsonaro e defendeu que ele seja responsabilizado por atitudes durante a pandemia. “Chegará o dia em que o Bolsonaro será julgado como criminoso por ter orientado a não tomar vacina contra a Covid”, declarou. Lula também criticou a negação da crise climática, postura comum entre setores da direita mais radical.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

O presidente ainda defendeu o sistema presidencialista, rejeitando a ideia de transição para o parlamentarismo. “Não fosse a democracia, eu não teria chegado à Presidência da República. Tem gente que fala do parlamentarismo como algo melhor para o Brasil, mas eu jamais teria sido escolhido no Congresso Nacional”, argumentou.

Lula encerrou seu discurso reforçando a importância da regulação das redes sociais e defendendo a igualdade. “Temos que trabalhar na regulação dessas redes que, de social, não têm nada”, disse.

Artigo Anterior

Óleo sobre Tesla, por Luis Felipe Miguel

Próximo Artigo

STF suspende julgamento sobre responsabilidade de plataformas

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!