O programa Café PT, exibido pela TvPT nesta segunda-feira (19), teve como convidado o pastor presbiteriano Luís Alberto de Mendonça Sabanay, assessor nacional de políticas da Secretaria Nacional de Movimentos Populares do PT e membro do grupo de estudos inter-religioso da Fundação Perseu Abramo.
Durante o programa, Luís Sabanay falou sobre a Cartilha Evangélica: Diálogo nas Eleições, publicada pela Fundação Perseu Abramo e dirigida a lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT).
“A cartilha já era uma ideia que vinha amadurecendo na direção nacional do PT, principalmente, e também agora com a responsabilidade de governo, de ter um diálogo mais efetivo com a população evangélica brasileira, que não é uma população estranha ao PT, tampouco ficou alijada do diálogo ao longo desses anos”, explicou Sabanay.
“Mas, os segmentos religiosos, em especial os evangélicos se tornaram alvo da disputa política, muito mais precisamente na eleição de Bolsonaro em 2018. E como é um público em disputa também se tornou alvo dos debates de nossa estratégica política”, esclareceu.
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“Então a direção nacional incumbiu a Fundação Perseu Abramo que a partir de 2022 criasse grupos de estudo para poder formular compreensões sobre a forma como se organiza o povo evangélico no Brasil, quem são as pessoas, quais são seus valores. Então fizemos isso, criamos grupos de estudo para poder elaborar materiais, não só eleitorais, mas materiais que pudessem contribuir como ferramentas à militância política do nosso partido, também à militância evangélica e o público de maneira geral para que se tenha uma compreensão do nosso olhar sobre esse segmento da sociedade”, complementou.
De acordo com Sabanay, o conteúdo da Cartilha vai de encontro a uma visão humanista de mundo que disputa um conceito de humanidade, de sociedade, e de cuidado com a natureza que Deus nos deu, ou seja, em defesa da paz social e do meio ambiente.
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Para desmistificar a ideia de que o PT e a esquerda estão distantes da população evangélica, Sabanay fez um paralelo entre as eleições presidenciais de 2028 e 2022.
“Em 2018 contra o Bolsonaro, o companheiro Haddad teve entre 12 a 13 milhões de votos entre os evangélicos. O presidente Lula teve nas eleições de 2022 cerca 18 a 19 milhões de votos entre os evangélicos considerando a proporção estatística que estava colocada neste período. Então, só isso diz que não existe maioria, hegemonia do ponto de vista numérico de votação em relação a evangélicos que votam na extrema-direita e que votam no PT, ao contrário, os números desmistificam isso”, rebate.
Eleições 2024 e núcleos do PT
Sabanay destacou ainda a participação das candidaturas evangélicas pelo PT nas eleições municipais de 2024.
“O Partido dos Trabalhadores nessas eleições municipais tem um exército nas ruas de mais de duas mil candidaturas evangélicas, tanto a prefeito ou prefeita, vice-prefeito ou vice-prefeita, vereador ou vereadora, disputando a sociedade brasileira nas ruas com o projeto de sociedade que nós construímos ao longo de 44 anos”.
Em sua estrutura partidária, o PT tem o Setorial Nacional Inter-religioso e a Fundação Perseu Abramo tem o grupo de estudo destinado ao tema, além dos núcleos populares que funcionam em vários segmentos sociais.
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“Nós temos uma forma de organização política no PT que é nuclear a nossa militância. O núcleo dos evangélicos do partido surgiu ao longo desses anos como uma ferramenta de organização para fazer o diálogo direto, porque quem melhor do que os evangélicos e evangélicas do PT para dialogarem com a base evangélica da sociedade?”, indagou.
“Nós consideramos esta série de núcleos populares que nós constituímos em diversos segmentos da sociedade o melhor para fazer a disputa tete a tete. Isso é importante porque a base evangélica brasileira está nas periferias rurais e urbanas deste país. São mulheres, mulheres pretas, juventudes negras, que estão indo no seu dia a dia para o seu local de trabalho, vivendo o seu cotidiano, muito precário devido ao último governo, a pobreza aumentou, aumentou a fome, e nós estamos tratando disso com o governo Lula e é um público que está no campo da classe trabalhadora brasileira e nós temos a obrigação de manter um diálogo”, argumentou Sabanay.
Da Redação