Plataforma de streaming que nasceu com um perfil diferente das demais, a Mubi investiu em filmes independentes com curadoria e de arte. Com 20 milhões de assinantes no mundo, a plataforma despertou o interesse de um dos maiores fundos de investimento do mundo, o Sequoia, que aportou na empresa 100 milhões de libras, o equivalente a 750 milhões de reais.
Criada há 18 anos por Efe Çakarel, engenheiro que estudou no MIT e em Stanford e, por anos, funcionário do banco Goldman Sachs, a Mubi partiu desse nicho e ampliou sua atuação. Em 2022, comprou a The Match Factory, produtora e distribuidora de filmes independentes. Na lista de novos projetos estão películas do brasileiro Karim Aïnouz, de Jim Jarmusch e de Cate Blanchett.
Em 2018, o valor da plataforma foi estimado em 180 milhões de libras. Agora a avaliação chega a 1 bilhão de libras, o equivalente a 7,5 bilhões de reais.
A febre do peso
Amycretin. Este é o nome do novo medicamento da Novo Nordisk para tratamento da obesidade que entrará em fase final de testes no primeiro trimestre de 2026. Indicado para emagrecimento, o produto é uma resposta à Eli Lilly, concorrente que tem ganhado espaço. De acordo com a empresa, os testes realizados até o momento indicam uma perda de 22% de peso em um período de 36 semanas. Na versão oral, a redução foi de até 13,1% em 12 semanas. Esses resultados são dos testes em fase inicial.
A diferença dos atuais produtos da empresa, Ozempic e Wegowy, é que, além de “imitar” o hormônio intestinal GLP-1, o medicamento faz o mesmo com a amilina, hormônio pancreático supressor da fome. A novidade vai disputar um mercado que, só no Brasil, representa em torno de 3,3 bilhões de reais. E que promete muita concorrência nos próximos meses com a entrada da EMS no segmento. A inovação constante é a meta. Produtos perdem a patente e, normalmente, empresas de menor porte partem para a comercialização por meio do corte no preço. O período de exclusividade é o de maior rentabilidade.
Remédio no carrinho
A disputa entre o setor de farmácias e drogarias e o de supermercados pela possibilidade de venda de medicamentos permanece aquecida. O tema foi levado à Comissão de Assuntos Sociais do Senado pela Associação Brasileira de Supermercados. Na proposta, as redes teriam lojas dentro de suas lojas. Seriam áreas exclusivas para a venda de medicamentos que não necessitam de receitas médicas.
O formato proposto supera uma discussão anterior que, segundo os supermercadistas, nunca foi proposta. A ideia, segundo eles, nunca foi colocar os medicamentos em gôndolas, mas em áreas específicas e geridas de maneira separada, algo que acontece em algumas redes norte-americanas ou europeias. Uma possibilidade intermediária é de que essas áreas possam ser administradas por redes de drogarias, que possuem experiência na atividade.
Agora, a expectativa é de que as entidades setoriais cheguem a um acordo sobre o formato. Nos últimos dias, a Abras e o Conselho Federal de Farmácia intensificaram as discussões para evitar que a venda de medicamentos nos supermercados atinja os negócios das empresas de pequeno porte. Por outro lado, surgiu a preocupação de que a concorrência pudesse gerar uma retaliação, com farmácias vendendo itens que fazem parte da cesta de produtos dos supermercados.
Dias sem carne
Os flexitarianos são a nova tentação do mercado de alimentação. Você pode até não conhecer o termo, mas, certamente, convive com alguns em seu círculo. São consumidores que reduzem, mas não deixam de lado, o consumo de proteína animal. Na prática, adotam os “dias sem carne”, evitando o consumo de proteína animal.
Esse mercado tem crescido e provocado uma mudança nas estratégias de marketing das empresas fabricantes das carnes vegetais, como ficaram conhecidos esses produtos que buscam imitar a aparência, a textura e o sabor de proteínas animais. Muitas delas, depois de sofrerem com campanhas equivocadas, colocando-se em oposição ao comportamento de consumo de proteína, perceberam que, se todos comerem, por exemplo, dois dias da semana seus produtos, os resultados seriam muito melhores. No Brasil, o consumo per capita anual de proteína animal é de 103 quilos. Basta fazer as contas de quantas toneladas significaria abocanhar 5% desse mercado.
Empresas norte-americanas, como a Impossible Foods, remodelaram as embalagens, deixando-as mais parecidas com as de hambúrgueres. Estão lançando snacks semelhantes aos nuggets. Tudo para disputar o mercado flexitariano, sem se contrapor ao hábito de consumo de proteína animal. •
Publicado na edição n° 1367 de CartaCapital, em 25 de junho de 2025.
Este texto aparece na edição impressa de CartaCapital sob o título ‘Lucro independente’