A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, disse nesta quarta-feira (19), durante audiência no Senado, que a pasta investe para colocar o supercomputador Santos Dumont entre os cinco melhores do mundo.
“Nosso supercomputador Santos Dumont, que estava entre os 500 melhores do mundo, está agora no top 100, capaz de realizar 24 bilhões de operações matemáticas por segundo. Nós queremos que ele se torne o quinto do mundo. É uma ousadia, mas é uma ousadia factível”, disse a ministra aos senadores da Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).
O supercomputador, que fica localizado no Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, no Rio de Janeiro, é peça chave do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que vai impulsionar a IA no país, com investimentos previstos de R$ 23 bilhões, até 2028.
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O objetivo do plano é ampliar a infraestrutura e o desenvolvimento de inteligência artificial e a capacitação no setor e promover o uso da tecnologia para melhorar o serviço público e a inovação empresarial.
De acordo com a ministra, o plano possui aplicação em campos como saúde, agricultura, meio ambiente, educação, desenvolvimento social e gestão pública.
Além disso, o plano vai desenvolver modelos de linguagem em português que reflitam as características culturais, sociais e linguísticas do Brasil.
“Queremos reduzir a dependência de modelos estrangeiros e refletir a cultura brasileira”, explica a ministra.
Luciana também destaca o programa Conhecimento Brasil por meio do qual o país está repatriando cientistas.
Por meio do edital Atração e Fixação de Talentos, os pesquisadores são chamados a atuarem no Brasil com bolsas no valor mensal de R$ 10.000 (mestres) e R$ 13.000 (doutores). Eles poderão trabalhar em empresas, universidades e institutos.
“Foram 1.543 propostas de pesquisadores que topam voltar. Isso é uma grande conquista”, comemora a ministra.
“Ao longo dos anos, centenas e centenas de pesquisadores deixaram o Brasil para trabalhar em instituições científicas no exterior. Mesmo lá fora, muitos têm topado participar de redes com cientistas que ficaram e contribuir com o desenvolvimento da ciência no Brasil. Outros já pensam em retornar, atendendo a convites e apostando nos investimentos que estão sendo feitos no país”, diz.
Déficit profissional
A ministra também falou sobre o déficit de profissionais de tecnologia da informação no Brasil. O país deverá ter, até 2030, um descompasso de cerca de 500 mil profissionais em relação à necessidade do mercado, segundo um relatório do Google.
Luciana diz que a projeção levou o ministério a reforçar o programa Residência em TICs (Tecnologias da Informação e da Comunicação).
Com recursos da Lei de Informática, o programa supre o déficit de profissionais na área de tecnologia da informação e comunicação e melhora a empregabilidade dos jovens.
Em 2024, foram investidos R$ 273 milhões que resultaram na formação de 13 mil alunos em nível de graduação e outros 10 mil jovens de nível médio, em áreas como computação em nuvem, big data, Segurança Cibernética, Internet das Coisas, Manufatura Avançada, robótica e Inteligência Artificial.
“Nós abrimos o edital para 35 mil pessoas, 100 mil pessoas se inscreveram e nós formamos em dois anos e meio. Aliás, são dois anos, mais um ano de residência, pessoas formaram na área de segurança cibernética, que é estratégica”, afirma.