Lucas Passos: 500 dias de uma prisão vergonhosa para o País

Completou-se, na última quarta-feira (26), 500 dias desde a prisão de Lucas Passos de Lima, um brasileiro detido pela Polícia Federal (PF) em 12 de novembro de 2023, no Aeroporto de Guarulhos, ao retornar de uma viagem ao Líbano. A chamada Operação Trapiche, responsável por sua detenção, foi marcada por ilegalidades flagrantes e pela influência explícita do Mossad, o sinistro serviço secreto israelense, configurando um ataque escancarado à soberania do País. Sem provas materiais consistentes ou qualquer crime real, Passos foi condenado em 6 de setembro de 2024 a mais de 16 anos de prisão, em um processo que expõe a submissão do Brasil ao imperialismo e o total comprometimento das instituições brasileiras com potências estrangeiras.
A detenção de Lucas Passos ocorreu sob a acusações do nível de “atos preparatórios de terrorismo” e suposta ligação com o Hesbolá, partido político libanês. A PF alega que ele planejava ataques contra alvos judaicos no Brasil, como sinagogas e a embaixada de “Israel”, algo que o partido não está fazendo em lugar algum do mundo.
Especificamente, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que Lucas Passos pesquisou na Internet endereços de sinagogas, coletou informações sobre líderes religiosos judaicos, fez treinamento de tiro, adquiriu equipamentos como rádios comunicadores e voltou ao País com US$5 mil. Essas são as principais “evidências” apresentadas que comprovariam os supostos crimes.
No entanto, a fragilidade dessas acusações é gritante. Pesquisar locais na Internet, como sinagogas ou qualquer outro ponto de interesse, é uma atividade corriqueira e legal, realizada diariamente por milhões de pessoas sem que isso configure crime. Viajar ao Líbano, um país soberano com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas, também não é ilegal, tampouco o Hesbolá é classificado como organização terrorista pela legislação brasileira ou pela ONU, o que não tornaria uma eventual “ligação” com o partido árabe um crime. O mesmo pode ser dito do treinamento de tiro, que ainda não se tornou ilegal no País, e a posse de US$5 mil, valor modesto, que poderia ter origem em qualquer transação pessoal, não sendo crime trazer moeda estrangeira ao Brasil dentro dos limites legais.
A compra de rádios, por fim, é algo acessível em lojas comuns e não implica em nenhum crime. Essas “provas” são tão vagas que poderiam incriminar qualquer cidadão com base em suposições, sem a necessidade de fatos concretos.
O Partido da Causa Operária (PCO) e este Diário Causa Operária (DCO) denunciam que o caso é uma perseguição política orquestrada pelo imperialismo. A própria ditadura sionista confirmou, em novembro de 2023, que a operação foi conduzida com apoio do Mossad, evidenciando que a PF agiu sob ordens externas.
Comentando o caso, o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, criticou a subordinação das instituições brasileiras, que condenam um cidadão sem base sólida enquanto ignoram crimes reais de soldados sionistas. Em seu perfil oficial no X, o dirigente publicou a seguinte mensagem, no dia 6 de janeiro de 2025:
“No Brasil, a Polícia Federal deixou escapar um desses criminosos de guerra (se é que não auxiliou) diante de um pedido de inquérito de uma organização de defesa dos palestinos. Enquanto isso, Lucas Passos está preso porque viajou para o Líbano. Quem governa este país?”
Mesmo diante do verdadeiro circo montado, a juíza Raquel Vasconcelos, da 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte, condenou Passos a 16 anos de prisão, chamando-o de “mercenário contemporâneo” movido por fins financeiros, uma interpretação baseada em deduções, não em provas materiais. A falta de substância das acusações é ainda mais clara quando se observa o processo. Não há registros de explosivos, armas pesadas ou planos detalhados apreendidos com a vítima.
As “provas” se resumem a atividades comuns – como navegar na internet ou possuir um rádio – interpretadas de forma arbitrária como indícios de terrorismo. O Hesbolá, por sinal, não tem histórico de atentados contra sinagogas ou alvos civis, mesmo em guerra com “Israel”, o que torna implausível a história contada pela PF. A acusação de “atos preparatórios” é um conceito tão amplo que poderia enquadrar qualquer pessoa que pesquise temas sensíveis online, como política internacional ou religião.
Completando 500 dias, a prisão reflete um padrão de ingerência estrangeira no País. Não é uma novidade. Durante a famigerada operação Lava Jato, o FBI foi mobilizado para apoiar as forças golpistas para derrubar o governo do Brasil.
A colaboração com o Mossad, admitida pela ditadura sionista, é um marco na submissão do País, com a PF e o Judiciário agindo como braços do sionismo e do imperialismo norte-americano. O governo Lula, apesar de promessas de soberania, não interveio, permitindo que o Ministério da Justiça, então sob Flávio Dino, avalizasse a operação.
A condenação de Lucas, ocorrida em 6 de setembro de 2024, após menos de um ano preso, foi incrivelmente célere para os padrões brasileiros, sugerindo pressão para legitimar a operação. É óbvio que, acima de tudo, o caso visa intimidar a população árabe no Brasil e o movimento pró-Palestina, estabelecendo um precedente perigoso: qualquer um que visite o Líbano ou critique “Israel” pode ser rotulado como terrorista. Isso já se reflete em ações como as condenações do jornalista Breno Altman e ameaças ao registro do PCO por apoiar a Resistência Palestina e os pedidos de prisão contra a agremiação trotskista.
Passados 500 dias, a prisão de Passos é uma afronta ao País e um alerta de que a ditadura judicial já é uma realidade que deve ser confrontada. Finalmente, qualquer um pode amargar uma condenação de 16 anos de cadeia nas bases em que o rapaz foi preso, sem provas, apenas conjecturas risíveis de tão fora da realidade. Ele segue encarcerado, porém, enquanto o Brasil se mantém refém de interesses estrangeiros.
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