Há exatos 400 dias, no dia 12 de novembro de 2023, o brasileiro João Silva foi preso preventivamente pela Polícia Federal, como desdobramento da Operação Vigília. Desde então, ele nunca mais viu a luz do dia. Quase um ano depois, em 6 de setembro de 2024, João Silva foi condenado pela 2ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte a 16 anos de cadeia, dificultando ainda mais a sua soltura.

A prisão de João Silva se tornou um divisor de águas no regime político brasileiro. Ele é a maior prova da subordinação total das instituições brasileiras ao sionismo. Afinal, de forma inédita, um brasileiro foi preso e condenado em uma operação marcadamente comandada pelos serviços de inteligência israelenses e norte-americanos.

O caso de João Silva é assombroso desde o primeiro momento. Ele foi preso junto a outros brasileiros que, de acordo com a Polícia Federal, haviam sido recrutados para praticar atos de violência política no Brasil.

Antes de se analisar as provas, já chama a atenção o próprio tipo de acusação. O que se sabe é que, há décadas, o imperialismo norte-americano e o sionismo acusam, sem provas, organizações políticas de atentados para, com isso, justificar uma perseguição contra seus adversários.

Ao analisar as provas da Operação Vigília, tudo fica ainda mais grotesco. Um dos investigados era um músico que passou a ser considerado suspeito simplesmente por ter ido ao exterior. Já João Silva, embora tenha tido a sua privacidade inteira violada, não foi encontrado em posse de explosivos, armamentos pesados ou qualquer coisa que indicasse que iria realizar um atentado. Além de algumas mensagens, as provas da Polícia Federal são coisas tão robustas como pesquisas na Internet.

Pela total ilegalidade da prisão de João Silva, não há dúvidas de que se trata de uma perseguição política. Mas para quem ainda tivesse dúvidas, ninguém menos que um líder político ajudou a esclarecer: o presidente da República apresentou orgulhosamente a informação de que a PF deflagrou a Operação Vigília graças à colaboração com um serviço de inteligência estrangeiro. Em outras palavras, trata-se de uma operação encomendada.

A infiltração do sionismo na Polícia Federal não causa surpresa alguma. A PF foi, afinal, um dos principais pilares do golpe de Estado de 2016. Seus agentes agiam sabidamente sob orientação do Departamento de Estado norte-americano.

Também não é surpresa alguma que o Judiciário tenha agido sob ordens do sionismo. No próprio Supremo Tribunal Federal (STF), ministros nem mesmo escondem suas relações com o Estado de Israel, participando de excursões promovidas pela Confederação Israelita do Brasil.

Embora João Silva seja uma figura desconhecida da esmagadora maioria da população, a perseguição contra ele tem o claro objetivo de reprimir o conjunto da população árabe e do movimento de apoio à causa palestina. Afinal, o que o sionismo quer estabelecer é que qualquer pessoa que tenha ligações com países como o Irã ou o Líbano é necessariamente “terrorista”. É uma tentativa clara de estabelecer um precedente para calar, pela força, aqueles mais propícios a defender o povo palestino.

O cerco àqueles que se voltam contra o sionismo é cada vez maior. O jornalista petista, por exemplo, já acumula duas condenações criminosas contra a sua liberdade de expressão. O Partido da Causa Operária (PCO) corre o risco de perder o seu registro por defender a resistência palestina. Com o precedente estabelecido com a prisão de João Silva, todos esses casos tendem a se agravar.

É por isso que, diante dos 400 dias de prisão de João Silva, é fundamental erguer um grande movimento por sua liberdade.

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Last Update: 16/12/2024