Goleira titular da Seleção brasileira nas Olimpíadas de Paris, Lorena foi uma das peças-chaves para a classificação do Brasil em cima da França para as semifinais. Ela pegou um pênalti ainda no primeiro tempo e aguentou a pressão das francesas. Ao todo, o time rival ameaçou a meta verde-amarela em onze finalizações, mas o Brasil venceu com o placar de 1 a 0.
“Eu só queria agradecer a Deus, se não fosse por ele, não estaria aqui […] Tudo fruto de um trabalho. Às vezes as pessoas não sabem o que a gente tá trabalhando aqui dentro. E a gente faz de tudo pra entregar o que viram hoje. Infelizmente, é futebol e o resultado não vem mesmo jogando bem. Mas eu gostaria de deixar claro que isso aqui é o Brasil. Não vai faltar dedicação, trabalho e entrega”, comentou ela, em entrevista à Globo logo depois do jogo.
Goleira Lorena, que pegou um pênalti e fez grandes defesas, comenta classificação do Brasil à semifinal do futebol em #Paris2024 : "As pessoas não sabem o quanto a gente trabalha. Não vai faltar entrega" #Olimpiadasnoge pic.twitter.com/yB5I5JSXDm
— ge (@geglobo) August 3, 2024
Conheça Lorena
Lorena começou a jogar profissionalmente aos 14 anos no Bangu. Anteriormente, a atleta atuava em campeonatos amadores como zagueira e atacante, mas uma situação curiosa a fez trocar a linha pela defesa do gol.
“Eu comecei a jogar na zaga e me aventurava no ataque também, jogava na linha. E estávamos jogando um torneio valendo refrigerante, que naquela época era muito importante para a gente (risos): jogar no sabadão e tomar um refri. E no dia da final a mãe do goleiro não quis deixar ele ir. Aí chegou lá e ninguém queria ir pro gol. Então, eu falei: “Eu vou, mas vocês vão lá frente e façam o gol”, contou ela, em entrevista ao podcast Resenha das Gurias.
Depois, Lorena trocou o Bangu pelo Centro Olímpico e Sport. Em 2019, ela chegou ao Grêmio e defende o tricolor gaúcho até hoje. “Quando ela chegou aqui, era bem tímida. Mas eu percebi que ela tinha muito potencial. Naquela temporada, precisávamos subir para a Série A-1 do Brasileirão e conseguimos com a ajuda dela. Lorena sempre foi muito comprometida, tanto dentro quanto fora de campo. Por isso, ela está onde está hoje,” ressalta Sol Farias, preparadora do Grêmio.
Em 2022, por sua vez, a atleta competiu na Seleção brasileira pela Copa América. Além de ganhar o campeonato, a goleira foi eleita a melhor de sua posição. No entanto, nem tudo foram flores na história de Lorena. Pouco antes da Copa do Mundo, a jogadora teve um rompimento no ligamento do joelho esquerdo e ficou afastada por 10 meses.
“Para mim foi muito difícil, foi uma lesão que a minha família me ajudou muito a superar, porque veio numa grande fase, então eu não esperava, e acho que foi tudo fruto de um processo de aceitação. Todo atleta que rompe o LCA tem que passar pelo primeiro processo que é de aceitar que tem de ficar um ano parado, porque é muito difícil aceitar que é uma cirurgia que por vários momentos te engana. Tu começas a andar, aí tu pensas que está bem, começa a fazer academia, aí já bate aquela ansiedade de “quero voltar logo”, e não é bem assim. Tem todo um protocolo que você tem que seguir”, relembrou, em entrevista ao Zero Hora.