No próximo dia 20, o presidente norte-americano eleito, Donald Trump, toma posse do segundo mandato envolto, desde a última semana, em muitas polêmicas. Uma delas foi o anúncio de indexação do Canadá ao território dos Estados Unidos, além da invasão da Groenlândia e da retomada do Canal do Panamá. 

Para Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington e presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE), as declarações do próximo presidente dos EUA mais parecem conversa de bar, criadas para servir de cortina de fumaça pela complexidade em cumprir o que foi prometido ao longo da campanha. 

“Primeiro, essa questão que ele colocou como ponto focal da campanha, que é a imigração, a deportação em massa. Ele não vai conseguir deportar 10 milhões de ilegais. Fisicamente é impossível. Segundo, já há uma articulação entre os governadores democratas do Sul e alguns estados agrícolas que dependem muito dos imigrantes para o trabalho no campo. Quer dizer, os boias-frias lá são os imigrantes. Então, eles vão reagir a isso. Não vai ser fácil para o Trump implementar essa política”, explica o também entrevistado no programa Nova Economia da última quinta-feira (9). 

Mas em relação ao Brasil e à América Latina, a aposta de Barbosa é que 2025 será um ano crucial para a política externa do Brasil, até porque com a possível indicação de Marco Rubio como secretário de Estado, existe a possibilidade da formação de uma coalizão de países da direita contra os da esquerda na América Latina. 

“Ele é filho de cubanos que emigraram depois da Revolução Cubana. Então, ele tem posições muito definidas em relação à esquerda aqui na região, a Venezuela, a Colômbia, a Venezuela, a Cuba e a Nicarágua”, afirma o ex-embaixador, que descreve uma situação muito complicada para a região. 

Devido à presidência de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Barbosa acredita que o Brasil também estará na mira do novo governo norte-americano, devido ao lobby feito por bolsonaristas. “Bolsonaro foi convidado para posse. O filho do Bolsonaro tem muito boas relações com a equipe do Marco Rubio”, observou o entrevistado. 

“Um grupo de deputados que está indo à posse do presidente Trump está pedindo que o Departamento de Estado cancele o visto do Alexandre Moraes. Isso já tinha sido pedido pela Câmara dos Deputados. E tem mais, há um pedido escrito da Câmara dos  Representantes à OEA [Organização dos Estados Americanos], a Comissão de Direitos Humanos da OEA, para que ela abra um processo contra o Brasil, por causa das restrições à livre expressão de americanos aqui no Brasil”, continua Barbosa.

A possibilidade de regulamentar as Big Techs como a Meta, que na última semana anunciou o fim do programa de encerramento do programa de checagem de fatos e o alinhamento com Trump, também pode gerar choques e ter consequências políticas.

Confira o debate completo no link abaixo:

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Last Update: 11/01/2025