O Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou nesta segunda-feira (8) o Projeto Captura, plataforma nacional que reúne uma lista com os criminosos mais perigosos do país que estão foragidos da Justiça. O lançamento contou com a presença do ministro Ricardo Lewandowski.
Segundo o Uol, a relação poderá chegar a até 216 nomes, com a inclusão de oito criminosos por estado, todos com mandados de prisão em aberto. Até o momento, 199 nomes foram inseridos, já que nem todas as unidades da federação encaminharam o número máximo permitido.
Na lista, os três nomes que se destacam são:
André do Rap
André do Rap é um traficante condenado a 25 anos por intermediar o envio de toneladas de cocaína para Europa e África. Usava a fachada de empresário do entretenimento, promovendo shows de funk, rap e hip hop, e patrocinando surfistas.
Em outubro de 2020, beneficiado por um habeas corpus do STF, saiu da prisão, mas a decisão foi revogada horas depois pelo ministro Luiz Fux, que atendeu a um pedido da PGR, alegando riscos à ordem pública com a soltura de um chefe do crime organizado. Desde então, permanece foragido.
Doca (Edgard Alves de Andrade)
Doca, de 55 anos, é apontado como um dos líderes da cúpula do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, atuando no Complexo da Penha e em comunidades como Gardênia Azul e Juramento. É investigado por mais de cem homicídios, incluindo execuções de crianças e o assassinato de três médicos na Barra da Tijuca em 2023, caso em que as vítimas foram confundidas com milicianos.
Com mais de 20 mandados de prisão, já foi alvo de operações como a Buzz Bomb, que combatia o uso de drones com explosivos. Encontra-se foragido.
Bernardo Bello (Bernardo Bello Pimentel Barboza)
Bernardo Bello é um bicheiro carioca investigado por crimes como assassinatos de rivais, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Acusado de ser o mentor do assassinato do contraventor Bid em 2020, foi preso na Colômbia em 2022, mas liberado quatro meses depois por decisão do STJ, sob medidas cautelares. No entanto, descumpriu as regras e passou a ser considerado foragido desde novembro de 2022.
Também foi alvo da Operação Fim de Linha, que investiga corrupção e lavagem de dinheiro proveniente de jogos de azar, e segue sem ser localizado.
Outros destaques
Entre os nomes incluídos, 196 são homens e três são mulheres. As mulheres listadas são Marítssa Ingridy da Silva Rodrigues, do Mato Grosso; Deuzirene Cardoso Silva, de Roraima; e Yasmin Loranne Oliveira Santos, do Tocantins.
Segundo o ministério, todos os procurados possuem envolvimento com crimes considerados hediondos e, em parte dos casos, ligação com facções criminosas. A lista reúne dados como nome, idade, local de nascimento e apelidos usados no meio criminoso.
O MJSP informou ainda que será instalada uma célula operacional do Projeto Captura com foco no Rio de Janeiro, com o objetivo de localizar foragidos que estejam escondidos no estado. De acordo com a pasta, áreas dominadas por organizações criminosas no território fluminense concentram procurados de diferentes estados, inclusive integrantes do Comando Vermelho.
Lewandowski também assinou a portaria que cria o Sistema Nacional de Inteligência para Enfrentamento ao Crime Organizado, que permitirá o compartilhamento de dados de inteligência entre forças federais e estaduais.