
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) solicitou à Polícia Federal (PF), nesta segunda-feira (2), o bloqueio de contas bancárias e a quebra de sigilo fiscal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi feito durante depoimento na superintendência da PF, em Brasília, e está relacionado ao inquérito que investiga as articulações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e seus familiares.
Segundo o petista, o parlamentar licenciado estaria interferindo nas investigações em andamento no Brasil ao buscar apoio internacional para aplicar sanções contra o magistrado. Para o líder do PT na Câmara, o filho do ex-mandatário cometeu os crimes de obstrução de Justiça e coação no curso do processo, e defendeu que seu passaporte diplomático seja cancelado.
“Ele se autoincrimina. O que Eduardo está fazendo lá é atrapalhar as investigações. Ele quer proteger o pai e os envolvidos na trama golpista. É um golpe continuado”, afirmou Lindbergh Farias em coletiva à imprensa.
Durante o depoimento, que durou mais de duas horas e meia, o deputado federal também pediu à PF que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigue possíveis remessas de dinheiro ao exterior. Ele quer o rastreamento dessas movimentações pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
“Esse pedido também será feito à PGR. É para apurar as remessas de dinheiro ao exterior e o rastreio dessa movimentação pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Foi o próprio Bolsonaro que falou dos Pix”, declarou.
Eduardo Bolsonaro está morando nos Estados Unidos desde fevereiro e tem se reunido com aliados do presidente Donald Trump. O objetivo, segundo Lindbergh Farias, é pressionar o governo norte-americano a bloquear bens e contas bancárias de Alexandre de Moraes, além de impor restrições de visto ao ministro do STF e sua família.
O tema ganhou força após declarações do senador Marco Rubio, chefe do Departamento de Estado dos EUA, que afirmou existir uma “grande possibilidade” de o país aplicar sanções contra o magistrado brasileiro.
Além de obstrução de Justiça, o deputado do PT quer que o filho de Jair Bolsonaro também responda por atentado à soberania nacional, traição à pátria, crimes contra a segurança do Estado e organização criminosa.
“Qual é a diferença do que Eduardo Bolsonaro faz de um daqueles golpistas que depredou o Supremo? É uma depredação simbólica do Supremo. Uma articulação internacional para sancionar ministros do Supremo, Procurador-Geral, delegados da Polícia Federal”, concluiu Lindbergh.