O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, protocolou nesta segunda-feira 2 uma série de solicitações à Polícia Federal no âmbito do inquérito que apura a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. Entre os pedidos estão o bloqueio das contas bancárias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a quebra dos sigilos bancário e fiscal de ambos.

Segundo o parlamentar, há indícios de que Bolsonaro esteja financiando as atividades do filho no exterior com doações recebidas via Pix. Os recursos estariam sendo usados para manter “uma estrutura voltada a deslegitimar o sistema de justiça brasileiro” e “fomentar ações contra o Estado Democrático de Direito”.

No documento encaminhado à PF, Lindbergh afirma:

“A manutenção da possibilidade de transferência internacional de valores oriundos do Brasil para contas, cartões ou serviços de titularidade direta ou indireta de Eduardo Bolsonaro representa risco imediato à efetividade da jurisdição penal, além de reforçar a continuidade da ofensiva contra o Estado Democrático de Direito.”

O deputado também pediu que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, seja acionado para apurar movimentações atípicas envolvendo Jair e Eduardo, além de eventuais intermediários. Há ainda a solicitação de que a Polícia Federal amplie o escopo da investigação, incluindo outros aliados do ex-presidente que teriam atuado no exterior com o objetivo de obter sanções internacionais contra autoridades brasileiras.

Entre os nomes citados estão o deputado Filipe Barros (PL-PR) e o influenciador bolsonarista Paulo Figueiredo. A suspeita é de que eles tenham buscado apoio de parlamentares americanos para pressionar o Supremo Tribunal Federal, em especial o ministro Alexandre de Moraes.

Licenciado do mandato desde março, Eduardo Bolsonaro permanece nos Estados Unidos. Em postagens recentes na rede X, tem criticado o STF e defendido que o governo norte-americano adote medidas contra magistrados brasileiros. Em entrevista concedida em 14 de maio, Jair Bolsonaro admitiu estar financiando o filho com recursos recebidos por Pix: “Tenho bancado as despesas dele. Sem o Pix, não conseguiria”.

O inquérito em curso investiga possíveis crimes como obstrução de justiça, coação no curso do processo, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e atentado à soberania nacional. A Procuradoria-Geral da República será responsável por avaliar os pedidos apresentados e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, responsável por decidir sobre medidas cautelares.

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Last Update: 02/06/2025