O deputado federal Lindbergh Farias (RJ), líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, desmontou todas as mentiras contadas pelo bolsonarista Nikolas Ferreira sobre o caso do INSS. Em vídeo divulgado nas redes sociais, nesta quarta-feira (7), o petista rebate, ponto a ponto, as alegações fraudulentas de Nikolas, comprovando que o extremista de direita exerce mandato no parlamento apenas para ludibriar a população e corroer a democracia.
O aliado de Jair Bolsonaro teve a pachorra de mentir sobre a Lei 13.846, responsável por medidas de combate a fraudes em benefícios previdenciários. Sem qualquer constrangimento, Nikolas afirma que ela foi revogada pelo governo Lula, mas, na realidade, o dispositivo permanece em vigor.
O deputado bolsonarista questiona também a falta de punição aos criminosos do INSS sem se dar o trabalho de mencionar a recente operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal (PF). Mais de 200 mandados de busca e apreensão, além de outros seis de prisão temporária, foram cumpridos no último dia 23.
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Na resposta a Nikolas, Lindbergh deixa claro quando os desvios tiveram início no INSS e quem foi o responsável por desbaratá-los. “Essa investigação começa com a decisão do governo do presidente Lula […] e a investigação vai seguir, doa a quem doer. Vamos jogar luz nessa história”, esclarece.
Veja aqui tudo que o Nikolas não te contou sobre o esquema no INSS! pic.twitter.com/Sdf4wkOPkR
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) May 7, 2025
“Fazem de tudo para tentar relacionar o presidente [Lula] com essa história, mas o verdadeiro protagonismo tem um nome: Jair Bolsonaro. O escândalo começa em 2019. A CGU notificou o INSS, só que nada foi feito. Quem era o ministro? Paulo Guedes. Quem era o secretário de Previdência? O hoje senador Rogério Marinho”, prossegue Lindbergh. “Tem muita coisa que o Nikolas não te contou.”
Interferência na PF
No vídeo, o líder do PT na Câmara resgata momentos de Bolsonaro, na época em que era presidente, falando abertamente sobre interferir na PF para livrar sua família de prováveis investigações. Lindbergh argumenta que, justamente por isso, os crimes no INSS jamais poderiam ser apurados pelo governo anterior.
“Até o ex-ministro da Justiça Sergio Moro disse que ele [Bolsonaro] queria interferir na PF para proteger o seu filho Flávio Bolsonaro do escândalo da rachadinha”, lembrou o petista, antes de questionar os motivos de o ex-presidente não ter agido para impedir o assalto à Previdência.
“O ‘Careca do INSS’, que roubou aposentados e desviou mais de R$ 9 milhões, registrou doação de dinheiro, em 2022, para a campanha do Bolsonaro. Onyx Lorenzoni. Você lembra? Foi ministro da Previdência de Bolsonaro, recebeu do Felipe Gomes Macedo R$ 60 mil de doação para sua campanha a governador do Rio Grande do Sul. Quem era Felipe? Felipe era presidente da Amar, uma dessas entidades investigadas pela PF”, denunciou Lindbergh.
O deputado completa dizendo que a autorização para que a Amar e outras entidades criminosas desviassem as aposentadorias partiu de Lorenzoni, em 2022: “Coincidência? Acho que não. […] Bolsonaro perdeu, mas os tentáculos do bolsonarismo continuaram infiltrados no Estado, fazendo estrago, destruindo as instituições e roubando os aposentados”.
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MPs 871 e 1006
Outras fake news espalhadas por Nikolas tentam atribuir a Bolsonaro uma suposta tentativa de combater os crimes no INSS ao assinar as Medidas Provisórias 871 e 1006. Mas Lindbergh insiste que foram justamente essas MPs que deixaram o caminho aberto para que os aposentados fossem surrupiados.
“Essa MP que o Nikolas cita, a 871, facilitou as fraudes, facilitou o desconto automático no salário dos aposentados. E o pior: em 2020, Bolsonaro fez outra MP, a 1006, que permitia que esse prazo virasse quatro anos se o presidente do INSS quisesse. E sabe quem foi relator dessa medida? O deputado bolsonarista Capitão Alberto Neto, que hoje é presidente do PL em Manaus”, destrincha o líder do PT da Câmara.
Tribunal de Contas da União
Nikolas mentiu ainda quando disse que o processo sobre os desvios no INSS ficou parado por quase dois anos no Tribunal de Contas da União (TCU) por determinação de um ministro nomeado por Lula. Aroldo Cedraz, no entanto, a quem o bolsonarista se refere, “sempre foi oposição” ao presidente e ao PT, enfatizou Lindbergh.
“Mentira novamente. Esse ministro do TCU, Aroldo Cedraz, não foi indicado pelo Lula. Ele tinha sido deputado, era do PFL, sempre foi oposição ao Lula, e quem escolheu ele foi a Câmara dos Deputados, inclusive disputando contra um candidato do PT, Paulo Delgado”, rechaçou o petista.
Da Redação, com informações da Agência Gov