Líder do PT reuniu registros de inúmeras publicações em redes sociais do deputado licenciado para confirmar as acusações feitas na representação encaminhada à PGR
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), vai depor na Polícia Federal na segunda-feira (2), às 15h, em inquérito aberto contra o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP ) para apurar sua conduta nos Estados Unidos com objetivo de ameaçar e intimidar o Supremo Tribunal Federal (STF). O STF realiza julgamento sobre golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, cujo principal réu é o pai do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
No dia 22 de maio, o líder do PT protocolou representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Bolsonaro, acusando-o de crimes de atentado à soberania nacional, abolição do Estado Democrático de Direito e coação no curso de processo.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acatou a representação de Lindbergh e pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro por crimes de coação no curso do processo, obstrução à justiça e abolição do Estado Democrático de Direito. O STF determinou a abertura do inquérito criminal.
Na representação, Lindbergh Farias explica que Eduardo Bolsonaro encontra-se em um “autoexílio” nos Estados Unidos, desde março deste ano, promovendo encontros com parlamentares do Partido Republicano e membros do governo norte-americano, visando conseguir sanções financeiras e jurídicas contra o ministro Alexandre de Moraes.
Leia mais – Eduardo Bolsonaro será investigado por tentar sanção dos EUA contra ministros do STF
O líder do PT reuniu registros de inúmeras publicações em redes sociais do deputado licenciado para confirmar as acusações feitas na representação encaminhada à PGR. Lindbergh informou que apresentará à PF documentos, vídeos e textos com diversas declarações do político do PL feitas nos EUA e frontalmente contrárias aos interesses nacionais, ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.
Para Lindbergh, Eduardo Bolsonaro, ao espalhar mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no País, prática coação no curso do processo contra o STF durante o julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 8 de janeiro de 2023. A seu ver, o deputado de extrema direita licenciado está “tentando proteger o pai dele e atentando contra a soberania nacional”.
Ações contra o deputado bolsonarista
O líder do PT, junto com o presidente do partido, senador Humberto Costa (PE), protocolou na terça-feira (27) ação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação de seu mandato. Na petição, o partido argumentou que o bolsonarista comete crimes de obstrução à Justiça e atentado à soberania nacional. A petição foi anexada a outra protocolada no dia 27 de fevereiro no mesmo colegiado da Câmara, por quebra de decoro parlamentar.
Lindbergh argumentou que, por estar conspirando contra a soberania nacional, Eduardo Bolsonaro deve ter seu mandato cassado. “Ele está conspirando, claramente, contra uma instituição nacional. Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura”, disse o líder do PT.
“Eduardo Bolsonaro está nos EUA atuando contra o Judiciário brasileiro e a soberania nacional para tentar livrar seu pai da prisão por tentativa de golpe. O sistema de justiça brasileiro está sob ataque externo, articulado por um parlamentar licenciado que age contra sua própria pátria. Isso é traição à pátria e obstrução da Justiça”, afirmou o líder em suas redes sociais ao comentar a decisão de Gonet.
Equipe PT na Câmara