
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), entregou nesta segunda-feira (2) um dossiê à Polícia Federal (PF) com 88 provas e argumentos contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar solicita o indiciamento do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por coação no curso do processo, obstrução de Justiça, alta traição à pátria e ameaça à segurança do Estado. Com informações do Metrópoles.
Segundo relatos de interlocutores que acompanharam o depoimento e tiveram acesso ao material, o petista aponta que o deputado licenciado teria atuado sob ordens diretas do pai. Além disso, o documento afirma que ele é financiado pelo ex-mandatário e estaria envolvido em uma articulação internacional contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes.
O dossiê também menciona 666 ataques a autoridades brasileiras, conforme relatório citado pelo líder do PT. Lindbergh Farias solicitou ainda o indiciamento do deputado Felipe Barros (PL-PR) e do empresário e comentarista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, por suposta participação nas ações investigadas.
Prestei depoimento hoje na PF sobre a representação contra Eduardo Bolsonaro. Pela primeira vez na história, vemos um grupo político brasileiro atuar abertamente a favor de sanções estrangeiras contra o próprio país. Nem o integralismo fascista de Plínio Salgado chegou a esse…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) June 2, 2025
Outro ponto de destaque no material entregue à PF é o suposto desvio de recursos da campanha de arrecadação liderada por Jair Bolsonaro, oficialmente criada para o pagamento de multas judiciais. O líder do PT na Câmara alega que o dinheiro foi usado para financiar reuniões com lideranças políticas internacionais e ações diplomáticas contra autoridades brasileiras, incluindo ministros do STF.
Desde fevereiro, Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos e, segundo o dossiê, teria afirmado que permanecerá no país para articular ações contra o STF com o apoio de aliados do presidente Donald Trump.
Apesar da distância, o deputado federal licenciado já é visto por setores do PL como um possível pré-candidato à Presidência da República em 2026, especialmente pela preferência de Jair Bolsonaro por um nome da própria família para representar a direita nas eleições.
O ex-chefe do governo responde a processo no STF por tentativa de golpe de Estado e foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As novas acusações contra o filho dele agravam o cenário jurídico e político do clã Bolsonaro, já pressionado por investigações em diversas frentes.