Bolsonaristas realizaram, neste domingo 3, atos pelo País em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre medidas cautelares determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, e não pode sair de casa aos finais de semana. As manifestações foram convocadas pelo pastor Silas Malafaia e apoiadores do presidente.
Em São Paulo, o ato foi marcado para as 14h, no Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista. Por volta das 14h15, os participantes ocupam cerca de duas quadras da via.
Os manifestantes chegaram a puxar um coro de ‘Fora Moraes’, durante o ato, além de pedidos de anistia aos envolvidos nos ataques do 8 de janeiro; também foram vistos e adereços e cartazes em apoio aos Estados Unidos e ao presidente Donald Trump que, anunciou um tarifaço contra o Brasil, usando da narrativa de que o Judiciário brasileiro promove uma perseguição contra o ex-presidente.
O ato não contou com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passaria por um procedimento hospitalar nesse domingo.
O destaque político da manifestação da extrema-direita acabou sendo o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que chegou ovacionado pelos manifestantes.
O bolsonarista fez um discurso inflamado contra Moraes e disse querer ver o ministro ‘atrás das grades’. “Nós não vamos nos curvar a você”, disse. “Tenho um recado para te dar, ministro. Você, sem a toga, não sobra nada. A primeira sanção veio. Eu posso usar cartão de crédito. Eu posso ter rede social. E eu posso também usar pente de cabelo”, completou, em referência às sanções praticadas contra o magistrado pela Lei Magnitsky, que tem entre as punições a restrição de acesso aos Estados Unidos.

O deputado federal Nikolas Ferreira compareceu a ato da extrema-direita na Paulista. Créditos: Reprodução
Nikolas também fez uma chamada de vídeo para Bolsonaro para mostrar o ato ao ex-presidente. “Você não pode falar, mas pode ver”, afirmou o parlamentar a Bolsonaro, que está em Brasília.
As manifestações seguiram em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belém e Campo Grande, e também em cidades do interior, como São José do Rio Preto e Bauru (SP).
Em Belém, a manifestação contou com a participação da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, que subiu o tom contra o presidente Lula (PT), a quem foi direcionado adjetivos como ‘irresponsável’, ‘mentiroso’ e ‘cachaceiro sem-vergonha’. Michelle também afirmou que os apoiadores de Bolsonaro são vítimas de perseguição de liberdade de expressão e religiosa.
A ausência da ex-primeira em São Paulo, considerado o ápice dos atos, teria desagradado aliados bolsonaristas. Michelle é uma das possíveis herdeiras do espólio político de Bolsonaro. A assessoria da ex-primeira-dama justificou, em nota, que ela já tinha compromisso em Marabá (PA), onde participou de um evento do PL Mulher, e resolveu marcar presença no ato de Belém.