Perdemos um camarada e amigo e isso é difícil, muito difícil. Américo acompanhava nosso partido belga e mantínhamos contato regular. Mas foi realmente no pré-congresso anterior e no último congresso que eu o conheci melhor.
Como disse um companheiro naquele congresso, ele era um grande dirigente. Perdemos um grande dirigente revolucionário de nossa classe, um grande líder da LIT. E essa é uma perda inestimável. É claro que vamos continuar, seguir em frente, o tempo fará seu trabalho. Sim, é claro…
Mas a dor que estamos sentindo hoje é tão grande quanto o camarada compreensivo, ouvinte, que você era, sempre questionando as coisas. Américo foi um grande líder porque soube ouvir e incentivar todos os companheiros. Por mais experiente que fosse como dirigente, ele dizia com humildade o que não sabia fazer.
Entre outras coisas, certamente me lembrarei de sua convicção de avançar coletivamente, de discutir juntos, de debater, de nos questionar, de estudar a história, de apresentar os aspectos fundamentais da realidade, como as questões da necessária violência revolucionária, de nossa autodefesa, de nossa segurança, do poder da burguesia e de suas forças armadas e da necessidade de estudá-las e todas essas questões.
Lembraremos das citações de Lênin, Moreno ou outros sobre o que eram o Partido Bolchevique e a luta política.
Camarada Américo, lamentamos não ter podido compartilhar mais refeições e cervejas com você. E aquela tarde passada após o congresso de 2023, compartilhando uma refeição e discussões com camaradas enquanto ouviam e dançavam samba em uma praça de São Paulo, ficará para sempre em minha memória.
Américo, presente!
Matthieu, da Liga Comunista dos Trabalhadores da Bélgica
