O avanço do poder militar sobre a Praça Murillo, na Bolívia, que fica nos arredores da sede do governo colombiano, tem repercutido entre os líderes mundiais.
O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, condenou veementemente os movimentos militares no País. “Enviamos ao Governo da Bolívia e ao seu povo o nosso apoio e solidariedade e apelamos a que respeitem a democracia e o Estado de direito”, escreveu, em suas redes sociais.
O governo brasileiro condenou “nos mais firmes termos” a tentativa de golpe em curso na Bolívia. Em nota, o Itamaraty afirmou que a mobilização irregular de tropas do Exército é “em clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, manifestou preocupação pela situação na Bolívia, e demonstrou apoio ao ‘governo legítimo de Luis Alberto Arce.
“Condenamos veementemente a inaceitável ação de força por parte de um setor do exército do País. Não podemos tolerar qualquer violação da ordem constitucional legítima na Bolívia ou em qualquer outro lugar”, escreveu, em uma publicação nas redes sociais.
O Ministério de Relações Exteriores do Uruguai chamou as ações do Exército de “tentativas de desestabilização democrática e institucional”. Ainda apelou ao “respeito da ordem constitucional estabelecida no país”.
A Venezuela também se manifestou contra a incursão golpista. Em pronunciamento, o presidente Nicolás Maduro, acusou o comandante Zuniga de querer “sequestrar o presidente Lucho, desconhecer sua autoridade legítima. Presidente Lucho, convoque o povo, só o povo salva a democracia”, disse.
Já o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, reforçou “a mais enérgica condenação à tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Nosso apoio total e respaldo ao presidente Luis Arce, autêntica autoridade democrática do povo e do país”.
A presidenta eleita, Claudia Sheinbaum, também se pronunciou. “Condenamos veementemente estes acontecimentos. Nosso apoio incondicional ao Presidente Luís Arce e ao seu povo”, disse.
Entenda o caso
Nesta quarta-feira, tropas e tanques do Exército se moveram para a Praça Murillo, em frente à sede do governo e ao prédio do Congresso, em La Paz. Segundo o jornal boliviano La Razón, o ex-comandante-geral do Exército Juan José Zúñiga chegou ao local em um tanque e armado.
Pouco depois, Zúñiga confirmou a tentativa de impor uma mudança no governo. “Os três chefes das Forças Armadas vieram expressar a nossa consternação. Haverá um novo gabinete de ministros, certamente as coisas vão mudar, mas o nosso país não pode continuar assim”, disse a uma TV local.
A CartaCapital, George Komadina, deputado suplente por Cochabamba pelo partido de oposição Comunidad Ciudadana, afirmou que diversos batalhões da Policia Militar cercaram a Praça Murillo e seus arredores. “Estavam encapuzados e com uniformes de combate”, disse.
Por volta das 17h30 de Brasília, Komadina afirmou que Zúñiga estava se retirando da praça.