Em meio a tensões tarifárias com o presidente americano, Donald Trump, os líderes do Brics iniciaram uma reunião virtual nesta segunda-feira 8 para discutir a “defesa do multilateralismo”, informou o governo brasileiro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou a videoconferência, que também conta com a presença de seu homólogo chinês, Xi Jinping, do presidente russo, Vladimir Putin, e do presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, segundo seus respectivos governos.

Em declaração à AFP, a presidência brasileira do bloco afirmou que o principal foco da cúpula virtual será a defesa do multilateralismo, uma das agendas centrais do Brics.

Um comunicado final é esperado após a reunião.

O presidente americano impôs tarifas punitivas a produtos de alguns parceiros do Brics, aumentando as tensões entre a principal potência do mundo e este bloco formado por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Lula afirmou que Trump se considera um “imperador” após impor tarifas de 50% às exportações brasileiras com o argumento de que há uma “caça às bruxas” contra seu aliado de extrema-direita, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá esta semana se Bolsonaro tentou dar um golpe de Estado após perder a eleição de 2022 para Lula.

A Casa Branca também impôs sanções a ministros e autoridades brasileiras para pressionar a favor de Bolsonaro.

Antes de seu confronto bilateral com o Brasil, Trump havia mirado o Brics como um todo em julho.

Em meio à cúpula do grupo no Rio de Janeiro, o presidente americano publicou uma série de mensagens ameaçando impor tarifas a “qualquer país que se alinhe” com o Brics.

Nesta segunda-feira, os chefes de Estado do grupo também coordenarão sua participação nos eventos de 2025, como a Assembleia Geral da ONU, a conferência climática COP30, em Belém (Pará), e a cúpula do G20, na África do Sul. Trump já anunciou que não participará desta última.

Desde 2023, a lista de parceiros do Brics se expandiu para incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, todos os quais se juntaram ao grupo fundado em 2009 para fortalecer o chamado “Sul Global”.

O grupo representa cerca de 40% do PIB mundial e quase metade da população do planeta.

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Last Update: 08/09/2025