Em seu Editorial de 24 de agosto, o jornal Folha de S. Paulo defendeu abertamente a privatização de empresas estatais fundamentais para o desenvolvimento do Brasil, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. O jornal, historicamente alinhado com os interesses das elites e grandes corporações, afirmou que o programa de privatização no Brasil derrubou tabus e teses catastróficas, destacando as privatizações como um sucesso. Em resposta, dirigentes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) expressaram suas críticas e preocupações sobre a postura do jornal.

Críticas de Emanoel Souza

O vice-presidente da CTB Bahia, Emanoel Souza, criticou veementemente o editorial da Folha de S. Paulo. Souza argumenta que o apoio do jornal à privatização dessas empresas estatais é prejudicial e favorece interesses do grande capital rentista e das multinacionais do petróleo. Ele observou que as privatizações geralmente resultam em serviços piores e mais caros, uma vez que as empresas privadas priorizam o lucro. “A privatização é um golpe contra o povo brasileiro, pois as empresas privadas não têm como objetivo o bem-estar da população, mas sim o lucro”, afirmou Souza.

Ele também destacou que a Folha de S. Paulo não mencionou que 45% dos brasileiros se opõem às privatizações, segundo pesquisa do Datafolha publicada pelo próprio grupo do jornal. “Essas empresas sempre deram lucros e ajudam o desenvolvimento do País, combinado com políticas sociais para o nosso povo. Os bancos públicos são responsáveis pelos programas sociais que amparam os mais pobres”, complementou Souza.

Visão de José Divanilton Pereira da Silva

José Divanilton Pereira da Silva, dirigente do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte (SINDIPETRO-RN) e da diretoria plena da CTB, ofereceu uma perspectiva crítica adicional. Segundo Pereira da Silva, o editorial da Folha de S. Paulo reflete uma tendência reacionária ao apoiar a privatização. Ele argumenta que, enquanto o Brasil possui um robusto sistema público de fomento e especialização em áreas estratégicas como a exploração de petróleo, a privatização comprometeria o desenvolvimento do país. “Essa ideia é um retrocesso, pois o Brasil precisa de um sistema público forte para garantir o desenvolvimento do país”, disse Pereira da Silva.

“Reacionário é pedir a privatização”

Pedro Lúcio Góis, também dirigente do SINDIPETRO-RN e da diretoria plena da CTB, criticou a ideia de que a privatização é uma solução viável. Góis argumenta que a tendência global é de reestatização, especialmente em setores essenciais como energia e saneamento. “A privatização é um erro, pois os serviços públicos são fundamentais para o bem-estar da população”, afirmou Góis. Ele ressaltou que, em países desenvolvidos, há um movimento crescente para reverter a privatização e que, no Brasil, a privatização da Eletrobras e da Petrobras resultou em problemas como apagões e altos preços dos combustíveis. “No Brasil, também temos uma situação semelhante: a Eletrobras, depois que foi privatizada, já provocou dois apagões recentemente, e a própria Petrobras, que teve mais bilhões de dólares privatizados nos últimos governos, gerou a criação de monopólios regionais”, concluiu Góis.

 

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Última Atualização: 27/08/2024