A campanha salarial dos bancários está sendo desenvolvida em um quadro político que apresenta uma grande perspectiva para a categoria. Essa perspectiva é vislumbrada por uma possível reação dos trabalhadores diante da política salarial hostil implementada pelos banqueiros.
Nos últimos anos, uma política de ataques aos níveis de vida da categoria se efetivou, tanto nos confiscos dos salários como nas milhares de demissões nos bancos, tanto públicos quanto privados.
A perspectiva de luta dos bancários é reforçada pela possibilidade de o governo Lula canalizar os interesses de um amplo setor da população.
No entanto, a política de contemporização com os banqueiros pelas direções sindicais nas mesas de negociação cria obstáculos para que não haja nenhum enfrentamento dos bancários com os banqueiros.
Um exemplo disso foi a terceira rodada de negociação entre os representantes dos trabalhadores e a direção do Banco do Brasil, onde as pautas de reivindicações se concentraram em questões secundárias e as econômicas foram relegadas para um segundo plano.
A direção do banco comprometeu-se a não mexer na gratificação dos caixas durante a Campanha Nacional 2024 e a negociar a pauta durante o período, mas isso não garante que os banqueiros não tentarão eliminar as gratificações efetivas dos caixas.
Para barrar a ofensiva dos banqueiros, é preciso não depositar nenhuma confiança nos patrões e mobilizar a categoria para um enfrentamento sério com os banqueiros e seus representantes no Estado.
Aos bancários, só interessa a mobilização e o enfrentamento com os banqueiros e seus representantes no Estado através de uma luta séria, que é o único meio de verem seus interesses atendidos.