O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) uma representação que pede a decretação da prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli, atualmente fora do país. Segundo Lindbergh, a medida é necessária pois a parlamentar “representa risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas brasileiras”.
A ação é fundamentada na condenação da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que aplicou à deputada pena de 10 anos de reclusão em regime fechado e determinou a perda automática do mandato, após crimes praticados contra a administração da Justiça.
Conforme aponta a representação, “logo após a condenação, a representada evadiu-se do território nacional, sem comunicação ao STF, e passou a ser mantida fora do alcance da jurisdição penal”. Além disso, reportagens revelaram que Zambelli arrecadou R$ 285 mil em doações via Pix, quantia utilizada para financiar sua estadia no exterior, o que configura tentativa deliberada de frustrar a execução da pena.
Protocolei representação à Procuradoria-Geral da República com pedido de decretação de prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli, atualmente foragida, por representar risco concreto à aplicação da lei penal, à ordem pública e à integridade das instituições democráticas…
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) June 3, 2025
O documento destaca ainda que Zambelli “repete o modus operandi de Eduardo Bolsonaro, buscando apoio de autoridades estrangeiras contra ministros do Supremo, no contexto de uma trama golpista continuada, agora reconfigurada em forma de ataque transnacional à soberania nacional e à legitimidade do sistema de justiça brasileiro”.
Leia mais – Ataque à soberania: Lindbergh pede a PF bloqueio de contas de Bolsonaro
Na peça, Lindbergh Farias solicita à PGR que:
Promova o pedido de prisão preventiva junto ao STF;
Solicite a inclusão do nome de Zambelli na difusão vermelha da Interpol;
Inicie o procedimento de extradição, com base nos tratados internacionais vigentes;
Determine o bloqueio dos valores recebidos por Pix e apure indícios de estelionato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação fiscal;
E oficie ao Ministério das Relações Exteriores para revogação do passaporte diplomático da deputada.
Por fim, a representação sustenta que “a conduta de Zambelli configura ameaça grave e reiterada à soberania nacional e à ordem constitucional, exigindo resposta imediata do Estado para restaurar a autoridade da jurisdição penal e impedir que redes antidemocráticas instrumentalizem estruturas externas para garantir impunidade”.
Da Redação