líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, e o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que lidera a bancada petista na Câmara, voltou a fazer duras críticas nesta terça-feira (28/5) a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente afastado de suas funções parlamentares. Lindbergh renovou a acusação de que o deputado estaria cometendo traição à pátria ao agir nos Estados Unidos contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e contra os interesses do Brasil.

Segundo o parlamentar, Eduardo estaria envolvido em uma articulação sem precedentes no país, que se posiciona de forma contrária aos interesses nacionais e, ao mesmo tempo, favorece abertamente os objetivos norte-americanos.

Lindbergh traçou um paralelo com a década de 1930, época em que Plínio Salgado liderava o movimento integralista. Embora o grupo fosse de ideologia fascista, o petista destacou que Salgado ainda preservava a defesa dos interesses nacionais — algo que, segundo ele, não acontece com os apoiadores de Bolsonaro atualmente, que exibem lealdade aos Estados Unidos ao utilizarem roupas com símbolos americanos e ao se identificarem com as ideias de Donald Trump.

Medidas contra Eduardo Bolsonaro

Na segunda-feira (27/5), Lindbergh, junto com o presidente do PT, senador Humberto Costa (PE), protocolou uma denúncia contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, solicitando a cassação de seu mandato. O documento acusa o parlamentar de obstrução da Justiça e de atentar contra a soberania do país. A petição complementa outra já apresentada ao mesmo conselho, em 27 de fevereiro, por quebra de decoro parlamentar.

Lindbergh defendeu que, ao conspirar contra os interesses nacionais, Eduardo Bolsonaro deve perder seu mandato. “Ele está conspirando, claramente, contra uma instituição nacional. Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura”, afirmou o deputado.

Em 22 de maio, Lindbergh também apresentou uma denúncia criminal à Procuradoria-Geral da República (PGR), acusando Eduardo de crimes como atentado à soberania nacional, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito e coação no curso de processo judicial.

Na peça encaminhada à PGR, Lindbergh relatou que Eduardo Bolsonaro encontra-se em “autoexílio” nos Estados Unidos desde março deste ano. Durante esse período, ele teria mantido encontros com membros do Partido Republicano e autoridades do governo norte-americano, com o objetivo de pressionar por sanções jurídicas e financeiras contra o ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo Bolsonaro durante evento da extrema-direita nos EUA. Foto: Saul Loeb/AFP

Investigação autorizada pelo STF

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acolheu a denúncia apresentada por Lindbergh e solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro pelos crimes de obstrução de Justiça, coação contra o Judiciário e atentado à soberania nacional. O pedido foi acatado pelo STF, que autorizou o início das investigações.

Comentando a decisão de Gonet em suas redes sociais, Lindbergh declarou: “Eduardo Bolsonaro está nos EUA atuando contra o Judiciário brasileiro e a soberania nacional para tentar livrar seu pai da prisão por tentativa de golpe. O sistema de justiça brasileiro está sob ataque externo, articulado por um parlamentar licenciado que age contra sua própria pátria. Isso é traição à pátria e obstrução da Justiça”.

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Last Update: 28/05/2025