O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), voltou a acusar hoje (28/5) o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) de cometer crime de traição nacional, por estar agindo nos Estados Unidos contra o Supremo Tribunal Federal e a soberania do País. Segundo ele, o parlamentar integra um movimento que, pela primeira vez na história do país, “se posiciona contra os interesses do Brasil e defende abertamente os interesses norte-americanos”.
Ele lembrou que nos anos de 1930, o líder do movimento integralista, Plínio Salgado, era fascista mas defendia os interesses nacionais, ao contrário dos bolsonaristas de hoje, que batem continência para a bandeira dos EUA, vestem camisas e boné de Donald Trump e alinham-se com os interesses do país do Norte.
Polícia Federal
Lindbergh informou que apresentará nesta quinta-feira (29/5), à Polícia Federal, documentos, vídeos e textos com diversas declarações do político do PL feitas nos EUA e frontalmente contrárias aos interesses nacionais, ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes.
Ao agir espalhando mentiras sobre as instituições brasileiras e a democracia no País, Eduardo Bolsonaro, na análise do líder do PT, faz “coação no curso do processo” no STF de julgamento dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado entre 2022 e 8 de janeiro de 2023. Para Lindbergh, o deputado licenciado está “tentando proteger o pai dele e atentando contra a soberania nacional”. O ex-presidente Jair Bolsonaro é um dos que serão julgados pela Suprema Corte.
“Trata-se de um crime de traição nacional. Nós, aqui, vamos defender o nosso país, vamos defender as instituições brasileiras. O Brasil é dos brasileiros!”, afirmou Lindbergh.
Imigrantes brasileiros
A atuação do filho de Bolsonaro é tão grave que gravou até um vídeo direcionado às autoridades dos EUA contra brasileiros que lá vivem, denunciou Lindbergh. “Gravou um vídeo dizendo que tinha procurado autoridades (dos EUA) para que imigrantes brasileiros fossem para El Salvador”, para um Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), o maior presídio das Américas. O governo Trump, de forma arbitrária, tem enviado centenas de imigrantes para lá.
Ações contra o deputado bolsonarista
O líder do PT, junto com o presidente do partido, senador Humberto Costa (PE), protocolou na terça-feira (27/5) ação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação de seu mandato. Na petição, o partido argumentou que o bolsonarista comete crimes de obstrução da Justiça e contra a soberania nacional. A petição foi anexada a outra protocolada no dia 27 de fevereiro no mesmo colegiado da Câmara, por quebra de decoro parlamentar.
Lindbergh argumentou que, por estar conspirando contra a soberania nacional, o deputado bolsonaristas deve ter seu mandato cassado. “Ele está conspirando, claramente, contra uma instituição nacional. Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura”, disse o líder do PT.
No dia 22 de maio, o líder do PT protocolou representação criminal na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Bolsonaro, acusando-o de crimes de atentado à soberania nacional, abolição do Estado Democrático de Direito e coação no curso de processo.
Na representação, Lindbergh Farias explica que Eduardo Bolsonaro encontra-se em um “autoexílio” nos Estados Unidos, desde março deste ano, promovendo encontro com parlamentares do Partido Republicano e membros do governo norte-americano, visando conseguir sanções financeiras e jurídicas contra o ministro Alexandre de Moraes.
Representação criminal
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acatou a representação de Lindbergh e pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para abrir um inquérito para investigar Eduardo Bolsonaro por crimes de coação ao Judiciário, obstrução da Justiça e atentado contra a soberania nacional. O STF autorizou a abertura do inquérito criminal.
“Eduardo Bolsonaro está nos EUA atuando contra o Judiciário brasileiro e a soberania nacional para tentar livrar seu pai da prisão por tentativa de golpe. O sistema de justiça brasileiro está sob ataque externo, articulado por um parlamentar licenciado que age contra sua própria pátria. Isso é traição à pátria e obstrução da Justiça”, afirmou o líder em suas redes sociais ao comentar a decisão de Gonet.
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Redação PT na Câmara
