Após participar da convenção que oficializou a candidatura do influenciador digital Paulo Marçal à prefeitura de São Paulo (4/8), o atual vice-presidente do diretório municipal do PRTB-SP, Maiquel Santos de Assis, teve seus antecedentes criminais expostos. Assis cumpriu pena por extorsão mediante sequestro em regime fechado entre 2009 e 2013.
Durante o evento do candidato, que tenta angariar o núcleo duro do eleitorado bolsonarista da capital, Marçal esteve ao lado do presidente nacional, Leonardo Avalanche; Paulo Marçal; Levy Fidelix Filho, presidente do diretório municipal; e Maiquel Santos de Assis.
De acordo com a peça inicial acusatória, Maiquel e dois comparsas foram responsáveis por um sequestro na zona leste de São Paulo, exigindo o resgate de R$ 50 mil da família da vítima para que ela fosse libertada.
Assis também respondeu a processos por estelionato (2007) e por homicídio culposo (2013) em decorrência de um acidente de trânsito.
Desde 2012, quando progrediu para o regime semiaberto, ele passou a trabalhar como assessor político, passando pelo PSC e o PTB, antes de chegar ao PRTB no final de 2023. Em suas redes sociais, há registros de sua participação no mandato de Eduardo Cunha (PTB-RJ), na eleição para prefeitura de Poá (SP), além de uma foto ao lado do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) com menções a Jair Bolsonaro.
Esta não é a única polêmica envolvendo a campanha do candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB. Desde a incorporação daquele que foi considerado braço-direito de Bruno Covas, Wilson Pedroso, até o vazamento de áudio exposto pela Folha em que Leonardo Avalanche mencionaria ter ligação com o PCC, já foram destaques recentes.
Ainda assim, o PRTB nega as fissuras internas entorno da escolha de Paulo Marçal para as eleições municipais de 2024. Em nota emitida no perfil de instagram do partido, o Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) declarou que “não há divisão interna ou ‘racha’ em suas fileiras”.
A declaração é uma reposta ao pedido de impugnação do registro da candidatura de Paulo Marçal feito pelo então secretário-geral do PRTB, Marcos André de Andrade, à Justiça Eleitoral (8/8). Segundo Andrade, a convenção partidária que oficializou o nome de Marçal, teria ferido o regimento interno partidário por ter sido convocada pelo presidente do partido e não pelo diretório nacional.
A nota lançada hoje menciona o desligamento de Marcos André de Andrade do PRTB, sendo substituído por Samuel Alves de Azevedo Andrade na função de secretário-geral.