Nesta quarta-feira (25), o líder da República Islâmica do Irã, Ali Khamenei, realizou um novo discurso dirigido ao povo iraniano sobre a recente agressão do imperialismo e do sionismo contra o país. Foi a terceira mensagem televisionada desde após o início da agressão, e nele foi destacada a vitória do Irã sobre seus agressores.

Khamenei iniciou sua mensagem saudando o povo do Irã e prestando homenagem “aos preciosos mártires dos recentes acontecimentos — comandantes mártires, cientistas mártires”, os quais foram descritos pelo líder como “verdadeiramente foram valiosos para a República Islâmica”.

Logo após ele parabenizou “o grande povo do Irã […] pela vitória sobre o regime sionista falso”, destacando que “o regime sionista, com todo o seu alarde e arrogância, foi praticamente derrubado sob os golpes da República Islâmica e esmagado”.

Ainda falando a respeito da vitória sobre “Israel”, Khamenei apontou o fato da entidade sionista ter subestimado o Irã: “a ideia de que tais golpes pudessem vir da República Islâmica jamais havia passado por suas mentes, e no entanto aconteceu”, afirmou o líder.

Ele prossegue destacando o papel das forças armadas iranianas “que conseguiram ultrapassar a defesa multicamada avançada deles e reduziram muitas de suas áreas urbanas e militares a escombros com seus mísseis e armas avançadas!

Khamenei frisou que a glória da vitória pertence às forças armadas iranianas e ao povo iraniano, “que criou, formou, apoiou essas forças de dentro de si mesmo, e fortaleceu suas mãos para realizar algo tão grandioso”.

O líder do Irã também felicitou o povo iraniano pela vitória obtida sobre os Estados Unidos, que também agrediu o Irã. Ele aponta que “o regime americano entrou na guerra diretamente, pois sentiu que, se não o fizesse, o regime sionista seria completamente destruído. Entrou na guerra para salvá-lo, mas nada conseguiu”. Khamenei aponta ainda que os EUA não conseguiram nada de relevante em seu ataque contra três das instalações nucleares iranianas, que foi perpetrado no sábado (21).

Ainda, o líder iraniano também falou sobre as declarações de Trump e sua administração, de que o ataque teria destruído as instalações, bem como o programa nuclear iraniano. Khamenei afirmou que “o presidente dos Estados Unidos exagerou enormemente ao relatar o que havia ocorrido” e que os EUA “estão exagerando para esconder a realidade”, porque “não conseguiram realizar o que pretendiam”.

Apontando como o Irã também foi vitorioso sobre os EUA, Khamenei falou sobre a ação iraniana contra a base aérea Al-Udeid, localizada no Catar e que é a maior base aérea dos EUA no Oriente Médio, servindo como quartel-general avançado do Comando Central dos EUA (CENTCOM, na sigla em inglês) – comando responsável pelas guerras e agressões do imperialismo contra os países e povos da região.

Sobre o sucesso da ação contra Al-Udeid, Khamenei afirmou que “desferiu um duro golpe nos Estados Unidos”, que “causou danos” e que, embora os EUA tentem minimizar a ação, “algo grande, de fato, aconteceu”.

Expondo por que a ação foi uma vitória contra os EUA, Khamenei afirmou: “Que a República Islâmica tenha acesso a centros importantes dos EUA na região e possa agir contra eles quando julgar necessário — isso não é algo pequeno, é um acontecimento grande, e no futuro isso pode se repetir. Se houver nova agressão, o inimigo certamente pagará um preço alto”.

O líder também saudou o povo iraniano por “extraordinária união e coesão”: “um povo de cerca de 90 milhões se uniu, com uma só voz, lado a lado, sem qualquer diferença nos seus anseios ou objetivos expressos”, afirmou Khamenei, acrescentando que “eles se levantaram, gritaram palavras de ordem, apoiaram o comportamento das forças armadas — e isso continuará assim”.

Conforme as palavras do líder revolucionário, “o povo iraniano demonstrou sua grandeza, seu caráter nobre e distinto neste episódio, e mostrou que, quando necessário, uma só voz se ouvirá desse povo — e, graças a Deus, isso aconteceu”. Destaca-se tanto “Israel” quanto os EUA ameaçaram abertamente um golpe de Estado contra o Irã, mas a coesão interna do povo iraniano fez o imperialismo e o sionismo fracassarem miseravelmente.

Khamenei ainda destacou como essencial a declaração de Donald Trump de que o Irã deveria se render. O líder aponta que essa declaração expõe abertamente o real objetivo do imperialismo contra o Irã: a rendição:

Deveria se render”! Já não se trata de enriquecimento, nem de energia nuclear — trata-se da rendição do Irã. Claro que essa fala é grande demais para a boca do presidente dos EUA”, afirmou Khamenei, frisando que “ mencionar a palavra ‘rendição’ diante de um país assim é motivo de escárnio para quem conhece o povo iraniano”.

O líder revolucionário ainda denunciou os pretextos (incluindo a política identitária) por trás dos quais está a vontade do imperialismo de destruir o Irã:

[…] essa declaração dele revelou uma verdade: os americanos têm se oposto ao Irã desde o início da Revolução, sempre arrumando pretextos — uma vez é pelos direitos humanos, outra pela democracia, depois pelos direitos das mulheres, ou pelo enriquecimento, ou pelas armas nucleares, ou pelos mísseis. Vários pretextos, mas no fundo trata-se sempre da mesma coisa: querem a rendição do Irã”, apontou Khamenei,

Destacando que “essa grande ofensa ao povo iraniano jamais se concretizará. Jamais!”, o líder saúda novamente o povo iraniano, afirmando que ele é “grandioso” e que “ele é digno e continuará sendo. É vitorioso e continuará sendo, com a ajuda de Deus”.

Leia, na íntegra, o discurso de Ali Khamenei, líder da República Islâmica do Irã:

Terceira mensagem televisiva dirigida ao povo do Irã após a agressão do regime sionista

Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso.

Saudações e paz abundantes ao querido e grande povo do Irã. Primeiro, presto homenagem aos preciosos mártires dos recentes acontecimentos — comandantes mártires, cientistas mártires — que verdadeiramente foram valiosos para a República Islâmica, serviram-na, e hoje, diante de Deus, receberão, se Deus quiser, a recompensa por seus grandes serviços.

Sinto-me no dever de parabenizar o grande povo do Irã. Faço algumas felicitações ao povo:

A primeira é pela vitória sobre o regime sionista falso. O regime sionista, com todo o seu alarde e arrogância, foi praticamente derrubado sob os golpes da República Islâmica e esmagado. A ideia de que tais golpes pudessem vir da República Islâmica jamais havia passado por suas mentes, e no entanto aconteceu. Agradecemos a Deus por ter ajudado nossas forças armadas, que conseguiram ultrapassar a defesa multicamada avançada deles e reduziram muitas de suas áreas urbanas e militares a escombros com seus mísseis e armas avançadas! Essa é uma das maiores dádivas divinas. Isso mostra ao regime sionista que agredir a República Islâmica do Irã tem um custo — um custo pesado. E, graças a Deus, isso aconteceu. A glória pertence às nossas forças armadas e ao nosso povo querido, que criou, formou, apoiou essas forças de dentro de si mesmo, e fortaleceu suas mãos para realizar algo tão grandioso.

A segunda felicitação é pela vitória do nosso querido Irã sobre o regime dos Estados Unidos. O regime americano entrou na guerra diretamente, pois sentiu que, se não o fizesse, o regime sionista seria completamente destruído. Entrou na guerra para salvá-lo, mas nada conseguiu. Atacaram nossos centros nucleares — o que, claro, merece acompanhamento judicial nos tribunais internacionais — mas não conseguiram fazer nada relevante. O presidente dos Estados Unidos exagerou enormemente ao relatar o que havia ocorrido. Ficou claro que ele precisava exagerar; qualquer um que ouvisse suas palavras entenderia que havia outra verdade por trás daquela aparência. Eles não conseguiram realizar o que pretendiam e estão exagerando para esconder a realidade. Aqui também a República Islâmica saiu vitoriosa e, em resposta, desferiu um duro golpe nos Estados Unidos: atacou uma das principais bases americanas na região, a base Al-Udeid, e causou danos. Aqueles mesmos que exageraram antes, agora tentaram minimizar, dizendo que nada aconteceu — mas algo grande, de fato, aconteceu. Que a República Islâmica tenha acesso a centros importantes dos EUA na região e possa agir contra eles quando julgar necessário — isso não é algo pequeno, é um acontecimento grande, e no futuro isso pode se repetir. Se houver nova agressão, o inimigo certamente pagará um preço alto.

A terceira felicitação é pela extraordinária união e coesão do povo iraniano. Graças a Deus, um povo de cerca de 90 milhões se uniu, com uma só voz, lado a lado, sem qualquer diferença nos seus anseios ou objetivos expressos. Eles se levantaram, gritaram palavras de ordem, apoiaram o comportamento das forças armadas — e isso continuará assim. O povo iraniano demonstrou sua grandeza, seu caráter nobre e distinto neste episódio, e mostrou que, quando necessário, uma só voz se ouvirá desse povo — e, graças a Deus, isso aconteceu.

Um ponto que quero destacar como essencial é que o presidente dos Estados Unidos disse, em uma de suas declarações, que o Irã deveria se render. “Deveria se render”! Já não se trata de enriquecimento, nem de energia nuclear — trata-se da rendição do Irã. Claro que essa fala é grande demais para a boca do presidente dos EUA. O grandioso Irã, com sua história, sua cultura, sua vontade de ferro nacional — mencionar a palavra “rendição” diante de um país assim é motivo de escárnio para quem conhece o povo iraniano. No entanto, essa declaração dele revelou uma verdade: os americanos têm se oposto ao Irã desde o início da Revolução, sempre arrumando pretextos — uma vez é pelos direitos humanos, outra pela democracia, depois pelos direitos das mulheres, ou pelo enriquecimento, ou pelas armas nucleares, ou pelos mísseis. Vários pretextos, mas no fundo trata-se sempre da mesma coisa: querem a rendição do Irã. Os anteriores não diziam isso, pois é inaceitável — não se pode, sob nenhuma lógica humana, exigir que um povo se renda. Por isso, disfarçavam com outros nomes. Mas esse indivíduo revelou a verdade: que os americanos só se satisfazem com a rendição do Irã, nada menos que isso. E esse é um ponto importante! O povo iraniano deve saber que o motivo do confronto com os Estados Unidos é esse — e que essa grande ofensa ao povo iraniano jamais se concretizará. Jamais!

O povo iraniano é grandioso. O Irã é um país forte e vasto, com uma civilização antiga. Nossa riqueza cultural e civilizacional é centenas de vezes maior que a dos Estados Unidos e seus semelhantes. Esperar que o Irã se renda a outro país é um absurdo tão grande que certamente será motivo de riso para os sábios e entendidos. O povo iraniano é digno e continuará sendo. É vitorioso e continuará sendo, com a ajuda de Deus. E esperamos que Deus Todo-Poderoso preserve sempre esse povo com honra e glória sob Sua proteção, eleve os graus do nosso grande Imam e que o Imam Oculto (que nossas almas lhe sejam sacrificadas) esteja satisfeito com este povo e o apoie com seu auxílio.

Que a paz, a misericórdia e as bênçãos de Deus estejam com vocês.

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Last Update: 27/06/2025