Levadas de segredo visam desacreditar trabalho de Moraes, afirma Procurador-Geral da República

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, declarou que o vazamento de mensagens de servidores do TSE e do STF teve como objetivo questionar as investigações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes. A suspeita de participação da Polícia Civil de São Paulo no vazamento levou o ministro a determinar uma investigação da Polícia Federal sobre o caso.

“O vazamento seletivo de informações protegidas por sigilo constitucional teve o propósito claro de tentar questionar a legitimidade e a lisura de importantes investigações em curso no Supremo Tribunal Federal, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas”, disse o PGR.

Ele também disse que a apreensão do celular de Tagliaferro era relevante para identificar os autores dos vazamentos criminosos e cessar as práticas delitivas, para resguardar a segurança e a lisura de importantes trabalhos investigativos.

O ex-assessor de Moraes confirmou que seu aparelho celular ficou sob a responsabilidade da Polícia Civil de São Paulo durante seis ou sete dias, desbloqueado, sem a necessidade de senha para acesso ao conteúdo.

Tagliaferro foi alvo de uma série de reportagens da Folha de S.Paulo, assinada pelos jornalistas Fabio Serapião e Glenn Greenwald, que tentou atingir as decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes por supostas ações “fora do rito”.

De acordo com a Folha de S.Paulo, os jornalistas tiveram acesso a mais de 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes.

O jornalista Rodrigo Viana, do ICL, teve acesso a dois registros oficiais da polícia paulista que sugerem que o volume de informações obtidos por Serapião e Greenwald advém da apreensão do celular de Tagliaferro.

A deputada Zambelli publicou no Twitter que “o assessor de um homem poderoso no Brasil está na delegacia, porque tentou matar a esposa, dando vários tiros dentro de casa ontem à noite”.

“A polícia pode dizer que procurava no aparelho provas ou indícios de brigas ou ameaças do perito contra a esposa. Mas foi só isso? E por que Zambelli se apressou em politizar o caso de violência doméstica? Outra pergunta fundamental é: por que Tagliaferro foi preso no dia 8 à noite, e o celular dele só foi apreendido depois? A polícia levou quase 24h para ter um súbito interesse pelo conteúdo guardado no telefone?”, questiona Rodrigo Viana, do ICL.

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