O presidente Lula fez uma piada e a horda identitária saiu a campo para atacá-lo. Durante uma reunião no Palácio do Planalto, Lula disse que é “inacreditável” que casos de agressão contra mulheres aumentem após jogos de futebol. Ele complementou, brincando: “se o cara é corintiano, tudo bem”.
Foi, claramente, uma brincadeira. Aliás, para quem conhece a classe operária, uma brincadeira típica de um operário, que não faz ressalvas identitárias, moralistas, antes de fazer uma piada — como ocorre com a pequena-burguesia.
Sabe-se que é uma piada, pois Lula elogiou a presença de mulheres em uma reunião que teve com ministros e empresários do setor alimentício para anúncios referentes ao setor. E disse que era uma “notícia triste” o aumento de casos de agressão contra mulheres após o jogo.
“Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste, eu fiquei sabendo que tem pesquisa que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, como eu, tudo bem. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente. Então, eu queria dar os parabéns às mulheres que estão aqui”, disse.
A colunista Milly Lacombe, do Uol, ficou histérica com a declaração do presidente.
“Lula cometeu mais uma declaração machista. Dessa vez, ao comentar pesquisa que indica que a violência contra mulheres aumenta em dias de jogos de futebol, disse, depois de criticar brandamente esse horror, que se o cara for corintiano então tudo bem”, disse a jornalista.
Milly Lacombe disse que a fala de Lula foi “violenta” porque “esvaziava a seriedade da pesquisa, esvaziava a gravidade do contexto e ridicularizava esse tipo de crime”. Por que uma brincadeira “esvaziaria” uma pesquisa?
Ela também disse que Lula tem uma “doença” e que sua “identidade” é dominante. Disse que Lula se recusou a nomear mulheres para o STF e que isso é um sintoma de machismo.
Mas o problema é que o identitarismo é uma ideologia sem base na realidade. Por isso, para eles, a mulher, os negros, etc. não são oprimidos por uma situação real, concreta, mas pelas ideias: pelo “machismo”, pelo “racismo”, etc. e tal.
A declaração de Lula sobre as máquinas de lavar roupa foi uma verdadeira prova de “feminismo”. A máquina de lavar roupa, de lavar louça, o micro-ondas, entre outros eletrodomésticos, são um passo na libertação da mulher.
Milly Lacombe deu um “conselho” a Lula: “seria preciso recuperar o tempo perdido, entender a dimensão feminina da classe trabalhadora, entender a delinquência embutida no regime binário da diferença sexual”. A “delinquência” real, no caso, não é no “regime binário da diferença sexual” mas a política de Milly Lacombe.
Essa campanha só serve para atingir políticos do baixo clero da burguesia e a esquerda, como Lula, Julian Assange, entre outros desafetos do imperialismo. A delinquência é essa.