Um novo leilão do pré-sal realizado pelo governo federal nesta quinta-feira 26 conseguiu uma arrecadação de 28 bilhões entre 2025 e 2026. O valor superou a expectativa estimada pelo Ministério de Minas de Energia de alcançar um patamar de 25 bilhões de arrecadação.
Este é o quinto leilão realizado pela Pré-sal Petróleo S.A, como parte de um pacote de estratégias apresentado pelo Ministério e Minas e Energia) ao presidente Lula (PT) para ajudar no equilíbrio fiscal após as resistências à proposta de aumento de IOF.
Na quarta-feira 25, o Congresso derrubou a mudança sugerida pelo governo relacionada ao reajuste no Imposto sobre Operações Financeiras. A Câmara dos Deputados e o Senado aprovaram um projeto de decreto legislativo que susta decretos presidenciais relacionados ao tema. Projeções do Ministério da Fazenda apontam que a derrubada das novas regras sobre o IOF provocará uma perda de 10 bilhões de reais aos cofres públicos.
A dinâmica do certame
No leilão realizado nesta manhã, na Bolsa de Valores de São Paulo, foram ofertados 74,5 milhões de barris de petróleo, divididos em sete lotes nos campos de Mero, Búzios, Sépia e Itapu, todos localizados no pré-sal da Bacia de Santos.
A Petrobras foi a principal vencedora, levando quatro dos sete lotes. A estatal arrematou um lote em Búzios e outro em Sépia, além de dois lotes em Mero (FPSO Guanabara e o conjunto dos FPSOs Alexandre de Gusmão e Pioneiro de Libra).
O consórcio PetroChina e Mataripe, do fundo árabe Mubadala Capital, levou o lote em Itapu, e a Galp e a ExxonMobil, juntas, ficaram com o lote de Mero (FPSO Sepetiba). Já a Equinor ficou com outro lote em Mero (FPSO Duque de Caxias).
O secretário de Petróleo e Gás do ministério, Pietro Mendes, comemorou o resultado. “Até ontem, esperávamos arrecadação de R$ 25 bilhões. Excedemos em R$ 3 bilhões. O resultado é fundamental para o orçamento da União e é fruto da competição. É um dia muito importante. Não podemos abrir mão dos nossos recursos e precisamos seguir explorando novas fronteiras. Todo ano vamos fazer leilão de óleo da União”, declarou, ao ainda destacar que a lei orçamentária previa uma arrecadação de 23 bilhões, ou seja, haverá um aumento de 5 bilhões no orçamento da União.
Os recursos vão direto para o caixa da União, ajudando no orçamento do governo, porém, o valor final vai depender da evolução dos preços do petróleo, já que os lotes são pagos com a cotação do momento da retirada da carga das plataformas em alto-mar. A arrecadação também não é imediata já que os 74,5 milhões de barris ofertados, 6 milhões serão produzidos neste ano e o restante (68,5 milhões) entre 2026 e 2027.
Ainda durante a cerimônia, o presidente da Pré-Sal Petróleo, Luis Fernado Paroli, afirmou que, no ano que vem, serão ofertados 100 milhões de barris de petróleo, volume que pode gerar uma arrecadação de 37 bilhões.
