O grupo Lehi (acrônimo de Lutadores para a Liberdade de Israel, em hebraico), ao qual pertenceu o ex-primeiro-ministro de “Israel” por duas legislaturas, Yitzhak Shamir, buscou a aceitação do autoritarismo. Apesar de ser um dos três grupos paramilitares mais importantes do movimento sionista, o Lehi não obteve o apoio solicitado à Itália Fascista e à Alemanha Nazista. Posto na ilegalidade em 1948, seus membros foram posteriormente anistiados e absolvidos pelo Estado de “Israel”.
O que era o Lehi?
O Lehi foi uma organização que operou clandestinamente no Mandato Britânico da Palestina entre 1940 e 1948. O Conselho de Segurança das Nações Unidas classificou o grupo como “uma organização criminosa de terroristas”.
Esse grupo ganhou notoriedade por ataques a autoridades britânicas, como o assassinato de Lord Moyne no Cairo, e a populações árabes residentes na Palestina, incluindo o massacre de Deir Yassin. A proscrição do Lehi ocorreu após o assassinato do mediador da ONU Folke Bernadotte, conde de Wisborg, em 17 de setembro de 1948, em Jerusalém. Bernadotte havia sido nomeado unanimemente pelo Conselho de Segurança da ONU em 20 de junho de 1948 para mediar o conflito árabe-israelense de 1947-1948, com o objetivo de cessar as hostilidades e supervisionar a partilha territorial da Palestina Mandatária.
Entre os idealizadores do assassinato de Bernadotte estavam Yitzhak Shamir, Natan Yellin-Mor e Yisrael Eldad.
Origem e Dissidência
O Lehi, também conhecido como “Gangue de Stern”, surgiu de uma cisão do Irgun (abreviação de “Organização Militar Nacional na Terra de Israel”, em hebraico), cujo objetivo era apoiar as Potências do Eixo contra o Império Britânico. O Irgun, por sua vez, já era uma dissidência da Haganá (que significa “Defesa”, em hebraico), considerada “moderada” pelos radicais. Tanto o Irgun quanto o Lehi foram dissolvidos, e seus membros foram integrados às Forças Terrestres Israelenses.
Muitos dos integrantes do Lehi participaram da formação do partido Herut (“Liberdade”, em hebraico), que mais tarde deu origem ao Likud (“Consolidação”, em hebraico), atualmente presidido pelo primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu. Este partido é peça-chave para a manutenção do enclave imperialista na região.
Contatos com os Países do Eixo
Documentos secretos nazistas capturados em 1945 e tornados públicos revelaram que o Lehi tentou, por duas vezes, aliar-se militarmente às forças do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial. Os sionistas propuseram combater ao lado do Eixo contra o Império Britânico em troca de apoio para a criação de um Estado sionista-autoritário que abrangeria toda a Palestina e a Jordânia. Esse Estado seria subordinado ao Pacto Tripartite e atuaria contra os Aliados na região.
Proposta ao Reich Alemão
A primeira tentativa documentada ocorreu em 11 de janeiro de 1941, quando o Lehi, por meio do adido naval alemão na Turquia, vice-almirante Ralf von der Marwitz, enviou uma proposta a Adolf Hitler. O grupo oferecia “participar ativamente da guerra ao lado da Alemanha” em troca de apoio para o “estabelecimento de um Estado judeu histórico, de base nacional e totalitária, vinculado por tratado ao Reich alemão”.
Essa aliança foi proposta enquanto o Holocausto estava em curso. Enquanto milhões de judeus eram assassinados, esses sionistas flertavam com os responsáveis pelo genocídio. A cooperação com os promotores do extermínio do povo judeu é um precedente histórico que hoje encontra eco na perpetuação do genocídio do povo palestino.
Investida ao Fascismo Italiano
Ainda em 1941, o Lehi tentou se aliar ao regime de Benito Mussolini, declarando-se “intimamente ligado aos movimentos totalitários europeus devido à sua concepção de mundo e suas estruturas”. Embora não tenha obtido êxito, o Lehi demonstrou admiração pelo autoritarismo, algo que se reflete hoje no Estado autoritário de “Israel”.
Os sionistas, colaboradores históricos do autoritarismo, como Yitzhak Shamir, tornaram-se a espinha dorsal do Estado sionista, consolidando a opressão e o expansionismo contra o povo palestino.
