
O grupo Legendários realizou, entre os dias 10 e 13 de abril, uma travessia sem autorização no parque estadual da Serra do Ouro Branco, na região central de Minas Gerais, a cerca de 110 km de Belo Horizonte. Para participar da edição, cada membro teve de pagar R$ 1.400, conforme informações da Folha de S.Paulo
Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão responsável pela gestão da área, integrantes do grupo também acamparam de forma ilegal no local, já que essa atividade é proibida pelo plano de manejo do parque.
O IEF informou, em nota, que o grupo comunicou sua intenção de realizar atividades na área protegida com apenas dois dias de antecedência, sem respeitar o prazo exigido pelo órgão, além de enviar documentação incompleta.
Moradores e profissionais da região também questionam os métodos dos integrantes do grupo. Ian Belo, que trabalha com turismo de aventura em Ouro Branco, cidade vizinha de Ouro Preto, relatou que o grupo chegou de madrugada, com veículos barulhentos, causando transtornos a uma comunidade de cerca de 150 pessoas.
Ele também questionou o impacto de centenas de participantes em uma unidade de conservação. “Quando você coloca, por dinheiro ou não, 400, 300 pessoas em uma montanha, você deve ser questionado. Não importa se é um evento de corrida de montanha ou de escalada. O reflexo disso é você ter uma dificuldade na gestão do impacto dessas pessoas”, afirmou Belo.
Os Legendários
Fundado em 2015 pelo pastor guatemalteco Chepe Tupzu, da Igreja Casa de Deus, o grupo Legendários se define como um movimento que busca “a transformação de homens, famílias e comunidades” por meio de experiências imersivas.
No Brasil, onde chegou em 2017, o grupo é liderado pelo pastor Ricardo Weiler, da Igreja Embaixada, e já atraiu personalidades como Eliezer (ex-BBB), Thiago Nigro (Primo Rico), Neymar Pai e Kaká Diniz, marido da cantora Simone Mendes.

O movimento utiliza termos específicos como “Legendário nº1” para se referir a Jesus Cristo e “Tops” para identificar cada turma de participantes. A participação é exclusiva para homens, tanto casados quanto solteiros, com algumas experiências específicas para solteiros que “nunca tiveram relacionamentos conjugais”.
Ex-participantes afirmam que não há rituais secretos ou práticas místicas, mas o grupo adota um código de silêncio sobre o que acontece nos retiros. “Cada Legendário tem sua experiência individual, e por isso não se fala publicamente”, explicou um dos membros ao G1.
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