Em entrevista nesta segunda-feira (3) ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a cantora, compositora, atriz e deputada estadual pelo PCdoB de São Paulo disse que os desfiles de Carnaval são originários dos morros e das periferias, mas a festa popular “passou a ser tomadas dessas pessoas”.
Leci, que é homenageada no Carnaval de São Paulo pela escola de samba Estrela do Terceiro Milênio, participou do programa para falar dos 50 anos de carreira e 80 de vida.
Durante o programa, o apresentador da Rádio Bandeirantes, Danilo Gobatto, pergunta a opinião da convidada sobre a transformação que o Carnaval viveu, em relação a glamourização, preços e camarotes, por exemplo.
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“O que eu sinto falta é que não falam da importância da velha guarda. […] o Carnaval veio do morro e da periferia, mas essa festa passou a ser tomada dessas pessoas. Hoje em dia, não é dada a devida importância a essa gente. Dizem que eu tenho ‘bronca’ com rainha de bateria. Não é verdade. Eu só acho que a rainha deveria ser uma garota da comunidade, que sabe sambar e que é da ‘família’, mas isso se inverteu, porque passaram a chamar apenas celebridades para ser rainhas. Acho que essa identidade deveria ser preservada. Não poderiam expulsar as meninas da favela para chamar pessoas que estão 363 dias na mídia ou na televisão”, respondeu Leci.
Ao avaliar a administração Tarcísio de Freitas sobre políticas públicas para a população em situação de rua, a deputada estadual diz que há uma contradição no fato de o estado ser o mais rico do Brasil e, ao mesmo tempo, ter um alto índice de pessoas em situação de vulnerabilidade.
“São Paulo tem obrigação de cuidar dessas pessoas, fazer uma política para cuidar da saúde dessas pessoas e habitação, dignidade de moradias, porque elas não moram nas ruas por querer, mas por necessidade”, avaliou.
Sobre sua posição política, a parlamentar respondeu: “Ser comunista é trabalhar para que as desigualdades que assolam o povo sejam extintas.”
Confira a entrevista na íntegra:
