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O governo Lula (PT) e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) decidiram reabrir a investigação sobre o acidente de 1976 que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, conforme informações da Folha de S.Paulo.
O caso, cercado de controvérsias desde a ditadura militar, será debatido em reunião da comissão nesta sexta-feira (14), no Recife. Essa será a terceira reunião do colegiado desde sua recriação por Lula, após ter sido extinto no governo de Jair Bolsonaro (PL).
A decisão de retomar o caso foi motivada por um laudo do engenheiro e perito em transportes Sergio Ejzenberg, elaborado a pedido do Ministério Público Federal (MPF). O documento faz parte de um inquérito civil que investiga as circunstâncias da morte de JK e de seu motorista, Geraldo Ribeiro. O acidente ocorreu em 22 de agosto de 1976, na Via Dutra, enquanto o veículo trafegava em direção ao Rio de Janeiro.
O designer especialista em 3D Ricardo Dachtelberg, sob orientação de Ejzenberg, recriou digitalmente o acidente. As animações, anexadas ao laudo técnico e tornadas públicas em 2021, apresentam três perspectivas do desastre: a partir do Opala onde estava JK, do ônibus da Cometa e de uma carreta envolvida no impacto.
Um dos principais motivos que fizeram o governo Lula e a Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos decidirem voltar a analisar o caso da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek num acidente na via Dutra em 1976 foi um laudo do engenheiro e perito em transportes Sergio… pic.twitter.com/ud4RJFERnZ
— Folha de S.Paulo (@folha) February 13, 2025
Diferentemente do que apontaram investigações anteriores, incluindo a Comissão Nacional da Verdade, Ejzenberg sustenta que não houve colisão entre o ônibus e o Opala. Essa nova interpretação reforça suspeitas sobre a real causa do acidente.
Outras investigações, como as conduzidas pelas Comissões Estaduais da Verdade de São Paulo e Minas Gerais, além da Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, também descartaram a hipótese de uma batida, levantando suspeitas de sabotagem mecânica, disparo de arma de fogo ou envenenamento do motorista.
O inquérito do MPF, que durou de 2013 a 2019, concluiu que “é impossível afirmar ou descartar” a hipótese de atentado, pois não há provas suficientes para determinar a causa exata do acidente.
A iniciativa
O laudo de Ejzenberg foi determinante para que o governo Lula decidisse reavaliar o episódio. A iniciativa partiu de Nilmário Miranda, chefe da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, e tem o apoio da presidente da CEMDP, procuradora Eugênia Gonzaga.
A reabertura do caso também foi solicitada no ano passado pelo ex-vereador paulistano Gilberto Natalini, que presidiu a Comissão Municipal da Verdade. Ele argumentou que o laudo de Ejzenberg e a falta de conclusão do MPF justificam uma nova análise do acidente.
Embora a lei que criou a CEMDP, em 1995, estabelecesse prazos já expirados para novos requerimentos, a justificativa para a reabertura será a necessidade de esclarecer a verdade histórica. No entanto, independentemente do desfecho da investigação, não haverá concessão de indenização financeira.
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