Mais de 40 prefeitos apoiam nova linha dentro do movimento peronista. O espaço também conta com o apoio de legisladores nacionais e provinciais, sindicatos e organizações sociais.
O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, lançou seu espaço político dentro do peronismo com o objetivo de enfrentar as políticas do governo nacional. Este é o “Movimento Direito ao Futuro”, que foi anunciado nas redes sociais neste sábado, onde oficializou o apelo à construção de uma “força social e política para o desenvolvimento e a justiça social”.
“O peronismo enfrenta um desafio histórico: reconstruir-se para liderar uma alternativa à experiência de ajuste e crueldade que o governo nacional de Javier Milei está realizando”, começa o documento que contou com o apoio de mais de 40 prefeitos, legisladores nacionais e provinciais, organizações sociais, políticas e trabalhistas, entre outros.
No texto, Kicillof e companhia asseguraram que “é hora de atualizar nossas ideias com uma perspectiva de futuro” ressaltando que deve ser “sem medo do debate interno”, assim como “ouvir, entender as razões da nossa derrota em nível nacional e recuperar a agenda das maiorias”.
Por isso, enfatizaram que “somente com um peronismo forte, amplo, unido e com raízes no povo poderemos forjar um país mais justo, solidário e com oportunidades para todos”.
Considerando que o governo da Província de Buenos Aires “sob a liderança de Axel Kicillof, se tornou o escudo e a rede que luta para proteger os direitos do povo de Buenos Aires contra um Estado desertor”, foi enfatizado que “é no governo da Província onde se visualiza uma alternativa e onde se acende uma esperança concreta, real, que demonstra com fatos que existe outra forma de governar: com compromisso, com transparência e com políticas públicas a favor do povo”.
“Fazemos um chamado à construção de uma grande força social e política de desenvolvimento e justiça social, que represente os trabalhadores, os setores produtivos, a ciência, a educação e a cultura”, diz o texto, como réplica do discurso que o governador proferiu em 20 de dezembro em La Plata, quando pediu a construção de uma frente ampla, “que defenda os interesses nacionais, promova o desenvolvimento e esteja aberta à participação de todos”.
O documento chegou poucas horas depois de uma cúpula realizada nesta sexta-feira na província de Buenos Aires, onde estiveram presentes Kicillof e sua vice-presidente, Verónica Magario, ministros e prefeitos da “mesa política” como Mario Secco, Jorge Ferraresi, Andrés Watson e Fernando Espinoza.
Segundo Buenos Aires/12, ali foram finalizados os detalhes da divulgação do Movimento Direito ao Futuro, enquanto foi coordenado que ele terá uma replicação que extrapolará as redes sociais no dia 5 de março, depois da Assembleia Legislativa, quando o governador abre o período de sessões ordinárias.
Da mesma forma, foi debatida a realização ou não de eleições primárias, abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO) na Província. “Se eles já foram retirados na Nação e em 15 províncias, não faz muito sentido mantê-los, isso está alimentando o discurso de Milei”, disse um município cujo líder participou da reunião. Embora nenhuma decisão definitiva tenha sido tomada sobre o assunto, ficou acordado que “haverá movimentações” ao longo desta semana.
Por outro lado, o painel concordou novamente sobre a necessidade de uma divisão das eleições nacionais, embora não tenha havido acordo sobre o momento das eleições de Buenos Aires. Por exemplo, enquanto alguns sugerem que setembro pode ser o mês certo, outros sugerem que as eleições de Buenos Aires deveriam ocorrer cerca de 60 dias antes, ou seja, em junho, com mais distância das eleições nacionais. Todas as opções estão na mesa de Kicillof.
Quem assinou o lançamento da fachada de Kicillof?
O documento tem dezenas de apoios, alguns deles previsíveis dada a posição que os líderes haviam assumido; e outros que chamaram a atenção pelo peso da assinatura e pela surpresa de sua definição.
Por exemplo, os prefeitos de Pilar, Federico Achával; o histórico líder comunitário do Partido La Costa, Juan de Jesús, e o líder local de Necochea, Arturo Rojas, se enquadram na última descrição.
As assinaturas foram fornecidas por líderes municipais dos subúrbios populosos, como Julio Alak, de La Plata; o de La Matanza, Fernando Espinoza; Mario Ishii, de José C. Paz; Jorge Ferraresi, de Avellaneda; Mario Secco, de Ensenada; Fernando Moreira, de San Martin; Juan José Mussi, de Berazategui; Fabian Cagliardi, de Berisso; Pablo Descalzo, de Ituzaingo; Lucas Ghi, de Moron e Andres Watson, de Florencio Varela.
No interior, acrescentaram a marca Ricardo Alessandro, da Salto; Daniel Stadnik, por Carlos Casares; Gustavo Barrera, de Villa Gesell; Julio Marini, de Benito Juarez; Gustavo Cocconi, de Tapalqué; Mauro Poletti, de Ramallo; German Lago, de Alberti; Juan Manuel Alvarez, de Ranchos; Rodrigo Aristimuño, de Coronel Rosales, Diego Nanni; da Exaltação da Cruz, Maria Celia Gianini; por Carlos Tejedor.
Seus pares Ricardo Curutchet, de Marcos Paz, fizeram o mesmo; David Angueira, de Punta Indio; Facundo Diz, de Navarro; Ricardo Moccero, de Coronel Suárez; Cecílio Salazar, de San Pedro; Carlos Ferraris, de Leandro N. Alem; Walter Wischnivetzky, de Mar Chiquita; Alfredo Fisher, de Laprida; Sergio Barenghi, de Bragado; Ariel Sucurro, de Salliqueló; Ignacio Pugnaloni, de Hipólito Yrigoyen; Francisco Echarren, de Castelli; Alejandro Acerbo, de Daireaux; Sebastian Walker, de Pila; José Nobre Ferreira, de Guaminí; Carlos Rocha, de General Guido e Hector Olivera, de Tordillo.
Os seguintes membros da Assembleia Nacional também assinaram o documento: Hugo Yasky, Daniel Gollán, Julio Pereyra, Victoria Tolosa Paz, Juan Marino, Santiago Cafiero e Brenda Duarte, juntamente com os legisladores provinciais Pedro Borgini, Ayelén Durán, Carlos Cuto Moreno, Susana González, Gustavo Pulti, Mariana Larroque, Naldo Brunelli, Lucia Iañez, Liliana Pintos, Ricardo Rollieri, Laura Aloisi, Ana Luz Balor e Viviana Guzzo.
O espaço também conta com o apoio de movimentos como La Patria de los Comunes, La Patria es el Otro, Movimiento Mayo, Patria y Futuro, Somos Barrios de Pie, Agrupación Eva Perón, Corriente Nacional de la Militancia, Corriente Peronista 13 de Abril, Corriente Militante Lealtad, Kolina Buenos Aires, Descamisados, FETRAES, CNCT, Peronismo de la Soberanía, Camino a la Victoria, Partido Piquetero, Corriente Nacional Martín Fierro, Movimiento Territorial de Liberación, Frente Barrial de la CTA e Frente Social Peronista, entre dezenas de outras importantes organizações sindicais como a CGT, as duas CTAs e o Sindicato dos Caminhoneiros.
Publicado originalmente pelo Página 12 em 23/02/2025 – 09h46
Por Maria Belen Robledo