
O governo do Paquistão anunciou neste sábado (19) a prisão de 160 pessoas após uma série de ataques violentos contra unidades da rede americana de fast food KFC. Os protestos, motivados por campanhas de boicote ligadas ao apoio dos Estados Unidos a Israel, culminaram em episódios de vandalismo, incêndios e, em um caso extremo, o assassinato de um funcionário da rede na cidade de Lahore.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza, manifestações contra marcas ocidentais se intensificaram em diversos países muçulmanos. No Paquistão, o KFC tem sido um dos principais alvos por ser uma empresa com origem nos Estados Unidos, país que fornece apoio político e militar a Israel. Grupos islâmicos organizados têm liderado os protestos, que atingiram 20 unidades da rede em várias cidades, segundo o vice-ministro do Interior, Talal Chaudhry.
Em entrevista coletiva, Chaudhry informou que 145 detenções ocorreram na província de Punjab e outras 15 na capital, Islamabad. A unidade onde ocorreu a morte do funcionário está localizada em Lahore. Segundo a polícia local, ainda não se sabe se o assassinato foi diretamente relacionado aos protestos, mas o episódio elevou a tensão no país.
O vice-ministro reforçou que os restaurantes do KFC no Paquistão utilizam ingredientes locais, empregam cidadãos paquistaneses e mantêm seus lucros dentro do país, tentando assim dissociar a rede das ações políticas do governo dos Estados Unidos. Mesmo assim, os atos de violência continuaram durante abril, com vidraças quebradas e equipamentos danificados por manifestantes em diversas cidades.

A rede KFC, operada globalmente pela holding Yum! Brands, ainda não se manifestou oficialmente sobre os ataques no país. A AFP tentou contato com representantes da empresa, mas não obteve resposta até a publicação da matéria. A marca já havia enfrentado episódios semelhantes no passado, como em março de 2024, quando uma de suas lojas na Caxemira foi incendiada durante um protesto em apoio à Palestina.
Os recentes ataques evidenciam o impacto geopolítico do conflito no Oriente Médio sobre marcas internacionais e seus negócios em países de maioria muçulmana. As autoridades paquistanesas prometeram investigar os episódios com rigor e afirmaram que novas prisões poderão ocorrer. Com informações da AFP.
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