Kassio vota e STF derruba acusações da Lava Jato contra Palocci

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (15) para manter a decisão de Dias Toffoli que anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro Antonio Palocci. A medida atinge ações tomadas pela força-tarefa do Ministério Público Federal e pelo então juiz Sergio Moro. O julgamento ocorreu na Segunda Turma do STF, composta também por Gilmar Mendes, André Mendonça e Edson Fachin. Gilmar votou com Toffoli, enquanto Mendonça e Fachin foram contrários.

Kassio havia pedido vista do processo e devolveu o caso para análise nesta sexta. A decisão de Toffoli, tomada em fevereiro, preservou o acordo de delação premiada firmado por Palocci, que foi ministro da Fazenda no governo Lula e chefe da Casa Civil na gestão Dilma Rousseff. A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu, levando a disputa à Segunda Turma.

A defesa de Palocci solicitou que os benefícios concedidos a Marcelo Odebrecht fossem estendidos ao ex-ministro. Os advogados citaram mensagens obtidas pela Operação Spoofing, que investigou o hackeamento de procuradores, apontando suposta parcialidade de Moro e “conluio processual” entre acusação e magistrado. Segundo a defesa, o caso teve objetivos políticos para atingir Lula e o PT.

Ex-ministro Antonio Palocci. Foto: Reprodução

Na decisão, Toffoli afirmou que diálogos entre Moro e o então coordenador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, indicavam parcialidade e instruções para melhorar o desempenho da acusação. Para o ministro, o combate à corrupção deve seguir a lei e não pode ser feito de forma clandestina. Ele considerou que as irregularidades identificadas levaram à nulidade dos atos, com prejuízos ao país.

Palocci foi preso em setembro de 2016 na 35ª fase da Lava Jato, chamada “Omertà”, expressão usada por procuradores e atribuída também a Moro em referência a petistas. A operação investigou corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa envolvendo o ex-ministro e empresas ligadas a contratos da Petrobras.

A anulação dos atos contra Palocci se soma a outras decisões recentes do STF que invalidaram ações da Lava Jato, como no caso de Marcelo Odebrecht e do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Essas decisões têm como base a avaliação de que houve violações de garantias legais e condutas irregulares por parte de integrantes da operação.

Artigo Anterior

Feira Estadual da Reforma Agrária do MST em Cuiabá recebe lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar

Próximo Artigo

“Não vejo ambiente para anistia ampla, geral e irrestrita”, diz Hugo Motta

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!