O escritor e jornalista Elio Gaspari, conhecido por suas obras que exploram a história da ditadura militar no Brasil, escreveu na Folha sobre o impacto do crescimento de Kamala Harris na corrida presidencial dos Estados Unidos e como sua ascensão desafia o favoritismo de Donald Trump, potencialmente transformando-o em azarão na disputa pela Casa Branca.
Segundo ele, Harris, que ganhou força após a desistência de Joe Biden, está se consolidando como uma figura poderosa e capaz de mobilizar grandes segmentos do eleitorado, especialmente aqueles preocupados com questões sociais e de justiça.
O artigo destaca que, com a saída de Biden da corrida e o apoio imediato a Harris, o Partido Democrata se unificou rapidamente em torno de sua candidatura. Gaspari argumenta que esse movimento pode alterar o panorama eleitoral, colocando Trump em uma posição vulnerável, apesar de sua popularidade entre os eleitores republicanos.
“Os debates de Kamala Harris com Donald Trump poderão mudar a posição do republicano de favorito a azarão. Isso está acontecendo porque ela começa a encarnar um movimento, algo maior que uma candidatura”, explica o jornalista.
“No início de 2008, Vernon Jordan (1935-2021), destacado militante dos direitos civis, apoiava a candidatura de Hillary Clinton. Ela era sua amiga de 30 anos e foi Jordan quem convenceu Hillary Rodham a assinar-se como Clinton”, afirma ele.
“Passados uns meses, Jordan foi para a campanha do senador Barack Obama e explicou: ‘É duro disputar contra um movimento’” finaliza o jornalista Elio Gaspari.