Os candidatos à Presidência dos EUA se enfrentam nesta terça (10) pela primeira vez em debate promovido pela emissora de televisão ABC News, na Pensilvânia, em meio a um empate técnico nas pesquisas de intenção de voto e a quase 20% de eleitores indecisos, segundo a mais recente pesquisa nacional do New York Times/ Siena College.
Para a candidata democrata Kamala Harris, o debate pode ser o principal catalisador de um novo impulso na campanha presidencial, assim como é a melhor chance até novembro de mostrar quem é e o que quer – uma vez que as pesquisas demonstram que a atual vice-presidente dos EUA ainda é desconhecida para uma parcela dos eleitores.
No caso do republicano, é a oportunidade do bilionário Donald Trump acabar de vez com a lua de mel após a troca na chapa democrata e rotular Kamala como radical, fraca e tão culpada pelos problemas do atual governo quanto Joe Biden.
A pressão agora recai sobre o líder da extrema direita, que, diante de uma ex-promotora com habilidades oratórias e retóricas afiadas, estará numa posição inversa à que ocupava no debate contra o então candidato Joe Biden.
Naquela ocasião, Trump se beneficiou da fragilidade de Biden, que demonstrava sinais de confusão e dificuldade para se expressar. Agora, com Kamala Harris substituindo Biden na corrida eleitoral, é Trump quem enfrenta a desvantagem em relação à sua idade, estando ele no papel de candidato mais velho do debate.
Trump também precisa lidar com a queda na sua intenção de voto desde a substituição de Biden por Kamala. De lá para cá, a vantagem numérica de Trump sobre o adversário democrata desapareceu. Quando o atual presidente era candidato, Trump liderava as médias das pesquisas com 47,9% contra 44,8%.
Agora, segundo o agregador de pesquisa Real Clear Polling, a nova candidata democrata lidera com 48,4% contra 47,3%.
Ambos os candidatos devem mirar a mina de ouro que a última pesquisa New York Times/ Siena College revelou neste último domingo (8). De acordo com o levantamento, 83% dos eleitores já definiram o seu voto. O restante, 17%, ainda pode mudar de opinião.
Para se preparar, Kamala passou os últimos dias em “quarentena de debate”. Segundo o Washington Post, a democrata passou quatro dias em uma simulação de debate, que contou com um “falso Donald Trump”, que a atacou com acusações duras e comentários ofensivos. Assessores de Harris montaram falsos púlpitos e realizaram horas de perguntas que poderiam ser realizadas à candidata.
Por outro lado, Trump passou seu fim de semana em seu clube de golfe em Nova Jersey, e preferiu realizar algumas “sessões de política” com seus assessores e aliados do que realmente treinar para o debate. Segundo o WP, o ex-presidente participou de cerca de meia dúzia de sessões nas últimas semanas, revisando o histórico político de Harris em sua campanha presidencial de 2020 e praticando como responder a uma esperada enxurrada de ataques ao seu caráter.