Oruam em registro policial após se entregar à Justiça do Rio de Janeiro – Foto: Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro tornou o rapper Oruam réu por tentativa de homicídio qualificada contra policiais civis. A decisão foi da juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, que também aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) contra Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira, amigo do artista. Ambos são acusados de lançar pedras contra agentes durante uma operação no Complexo da Penha.

Segundo o MPRJ, os denunciados agiram com dolo eventual, ou seja, assumiram o risco de matar. As pedras lançadas, com até 4,85 kg, partiram de uma varanda a 4,5 metros de altura. Um policial foi atingido nas costas e outro precisou se abrigar. A promotoria ainda classificou os ataques como motivo torpe e meio cruel, enquadrando o caso na Lei dos Crimes Hediondos.

Além da tentativa de homicídio, Oruam já responde por outros sete crimes, como tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência qualificada, desacato, dano qualificado, ameaça e lesão corporal. Um novo vídeo do dia da operação mostra o rapper esmurrando um carro da polícia. Após o episódio, ele se entregou às autoridades no dia 22.

A defesa do cantor nega a tentativa de homicídio. Em nota, os advogados afirmaram que “Mauro não atentou contra a vida de ninguém” e que isso será esclarecido no processo. Também questionaram a abertura de um novo inquérito sobre fatos já apurados em outro flagrante, onde, segundo eles, não houve risco à vida do policial envolvido.

A equipe de Oruam alegou ainda que ele agiu em “momento de extremo desespero e legítima defesa” após ser supostamente ameaçado, agredido e ter sua casa invadida por policiais armados.

Segundo a assessoria, os agentes estavam em carros descaracterizados e não apresentaram mandado judicial válido no momento da operação.

A defesa ainda criticou a conduta da polícia e afirmou que a ação violou normas legais. “A operação contra Oruam foi marcada por abusos, como o uso de veículos sem identificação e horários não permitidos. Isso distorce os fatos e tenta criminalizar um artista que, na verdade, é um legítimo cidadão”, disse.

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Last Update: 30/07/2025