Na última quinta-feira (22), a Corte Constitucional da Romênia rejeitou a contestação do candidato presidencial George Simion, que denunciou interferência externa na eleição de domingo (18). A decisão, unânime, considerou as alegações “infundadas”, consolidando a vitória do prefeito de Bucareste, Nicusor Dan, apoiador da União Europeia, por margem estreita. A medida reforça suspeitas de fraude eleitoral, em um processo marcado por acusações de manipulação estrangeira.
Líder do partido de extrema direita Aliança para a União dos Romenos (AUR), Simion alegou “interferências externas por atores estatais e não estatais”. A corte, porém, afirmou que a decisão é final, prometendo explicações futuras. Simion reagiu, chamando o veredicto de “continuação de um golpe de Estado” e prometeu seguir lutando. No ano passado, a mesma corte anulou a primeira rodada eleitoral, citando “irregularidades” e suposta manipulação externa, após a liderança inesperada do candidato independente Calin Georgescu, que foi desqualificado para a nova votação.
O fundador do Telegram, Pavel Durov, alegou que a inteligência francesa (DGSE) pediu a supressão de vozes conservadoras na plataforma durante a campanha romena. A DGSE negou, acusando Durov de desviar críticas com investigações criminais não relacionadas. Durov ofereceu testemunhar às autoridades romenas, dizendo: “se isso ajudar a democracia romena”. O Ministério das Relações Exteriores da Romênia acusou o governo russo de tentar influenciar o pleito, o que Moscou ridicularizou, chamando o processo de “bagunça” e questionando sua legitimidade.
Em 2024, o Tribunal Constitucional da Romênia anulou a primeira rodada das eleições presidenciais após alegações de manipulação eleitoral, que teriam sido coordenadas para fragmentar o eleitorado conservador. A decisão ocorreu em meio a uma conjuntura de desconfiança pública geral: segundo o Instituto Europeu para Estudos Políticos, 62% dos romenos questionavam a transparência do processo eleitoral, evidenciando a total crise de legitimidade no sistema.