Na madrugada deste dia 10 de janeiro, a Polícia Militar de Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite vitimou mais uma família de trabalhadores. Desta vez. o fato aconteceu na Zona Leste da capital: Victoria Manoelly dos Santos, jovem negra de apenas 16 anos, foi atingida pelo disparo feito por um policial que agredia seu irmão.
“Queria tanto que esse tiro fosse em mim”
Segundo o que foi divulgado até o momento, Victoria estava com seu irmão Kauê Alexandre dos Santos, 22 anos, a mãe, Vanessa Priscila dos Santos, e alguns amigos em frente a uma adega na região de Guaianases.
Uma patrulha da PM passou por eles em perseguição a um suspeito de roubo. O sargento Thiago Guerra voltou ao local onde estavam os irmãos e começou a enquadrar os dois. Ele agarrou Kauê pela gola da camiseta, apontou a arma para seu rosto e depois deu uma coronhada no rapaz. Nesse momento a arma disparou, atingindo a menina.
“Ajoelhei ao pé do policial para ele socorrer minha filha. Eles não socorreram. Eles estavam preocupados em colocar meu filho dentro da viatura”, contou a mãe ao G1. Victoria foi levada ao Hospital Geral de Guaianazes, mas não resistiu. “Queria tanto que esse tiro fosse em mim”, disse Vanessa.
Segundo o SBT, o policial afirmou que Kauê resistiu à abordagem e, por isso, a arma disparou acidentalmente. É um argumento típico: os agentes sempre buscam culpar a vítima pela própria morte. O PM Guerra está preso e teve a arma recolhida.
Fora Derrite! Tarcísio é inimigo do povo trabalhador
A nota da Secretaria de Segurança repete a tradicional hipocrisia burguesa nesses casos: declara lamentar a morte de uma jovem e que a “Polícia Militar não compactua com excessos”. Com tantos casos de abuso, vocês leitores ainda acreditam nisso?
Esse novo episódio reforça a necessidade de uma campanha pelo “Fora Derrite”, que mostre a verdadeira cara do governo Tarcísio para tantos trabalhadores que ainda o apoiam. Como escrevemos no Opinião Socialista em dezembro de 2024 (leia aqui):
“… a luta pela queda do secretário Derrite tem uma importância nacional. Primeiro, porque ele é um grande símbolo do aumento da violência policial. Segundo, porque representa um profundo processo de mudança no comando da PM de São Paulo, operado por Tarcísio, justamente para abrir caminho para a atual política assassina. Terceiro, porque os resultados escabrosos no estado são parte de um plano político de médio prazo para projetar o governador paulista nacionalmente.”
Organizar a luta pelo ‘Fora Derrite!’ pode levar a uma importante vitória, que imponha um freio temporário a tudo isso, nos permita tomar fôlego e, também, para que possamos acumular forças para avançarmos rumo a uma Segurança Pública desmilitarizada, sob controle do povo trabalhador”.
Vale lembrar, por fim, que a brutalidade policial não se limita ao governo de extrema direita de São Paulo. A Bahia, governada há anos pelo PT, lidera o ranking de letalidade policial desde 2022.
Portanto, ao mesmo tempo em que lutamos pela demissão do Secretário de Segurança de São Paulo, é fundamental nacionalizar a batalha contra o assassinato do povo trabalhador, especialmente de negros e indígenas, as principais vítimas. A democracia dos ricos em que vivemos só tem a oferecer morte aos nossos.