Pablo Marçal, candidato em SP pelo PRTB. Foto: Edilson Dantas/Agência O Globo

O coach Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, enfrentou um revés significativo em sua campanha após ter seus perfis nas redes sociais temporariamente suspensos por decisão liminar do juiz Carlos Eduardo Silva, da 1ª Zona Eleitoral. A notícia foi confirmada em um post do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) na plataforma X, antigo Twitter.

A decisão judicial determinou a suspensão imediata dos perfis do coach bolsonarista no Instagram, X, TikTok, Discord, YouTube, além do seu site oficial.

O juiz justificou a medida alegando que havia indícios de “manipulação de dados” por parte do candidato, mencionando que Marçal estava incentivando seguidores a compartilharem sua imagem por meio de “cortes” de seus vídeos. O magistrado levantou a possibilidade de que a monetização desses “likes” poderia configurar abuso de poder econômico ou uso indevido da comunicação.

A suspensão ocorreu no âmbito de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo PSB, partido da deputada federal Luana Mendes, que também é candidata à prefeitura na capital paulista. A decisão cabe recurso ao TRE-SP.

Antes de ter seus perfis derrubados, Marçal realizou uma live no Instagram, em que criticou duramente a decisão, classificando-a como “sem fundamento”. Durante a transmissão ao vivo, ele mobilizou seus seguidores a questionarem a sentença do TRE-SP e prometeu vencer a eleição no primeiro turno.

“Vão derrubar as minhas redes sociais por causa de uma invenção jurídica. Obrigado por vocês me perseguirem. Toda perseguição acelera o processo. Derrubem minhas redes sociais que vocês vão ver, vou aparecer até dentro da sua geladeira”, disse aos seus seguidores em um perfil no X que continua online.

No vídeo, gravado dentro de um veículo a caminho de uma motociata na Zona Leste de São Paulo, o coach não poupou críticas aos outros candidatos, especialmente Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato à reeleição, que conta com o apoio de Jair Bolsonaro. Marçal afirmou que, mesmo sem suas redes sociais, ele seria capaz de “arrebentar” Nunes na campanha, prevendo que o adversário terminaria a eleição em quarto lugar.

O polêmico candidato também sugeriu que a decisão seria uma tentativa de barrá-lo por parte do “sistema”, que incluiria tanto políticos de direita quanto de esquerda. “Pode me prender, pode tirar minhas redes sociais, mas não pode me tirar o povo”, declarou ao público que aguardava a motociata. Ele já anunciou que irá recorrer da decisão.

A suspensão das redes de Marçal foi comemorada pela campanha de Luana Mendes, que considerou a decisão da Justiça Eleitoral como um indicativo de que “há suspeitas concretas de que o membro do PRTB fez uso de recursos ilegais para se promover nessas eleições”. Em comunicado, a campanha de Luana afirmou: “É uma decisão liminar. Basicamente, Pablo caiu no antidoping”.

Além disso, o diretório paulistano do PSB entrou com uma representação junto ao Ministério Público Eleitoral, solicitando a abertura de um inquérito para investigar se Marçal teria cometido abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação ao pagar seguidores para espalharem seus vídeos nas redes sociais.

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Última Atualização: 24/08/2024