O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) não cumpriu integralmente o prazo desta sexta-feira (19) para divulgar todos os arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein, conforme previsto em uma lei sancionada pelo presidente Donald Trump em novembro.
Em entrevista à Fox News, o vice-procurador-geral Todd Blanche afirmou que o departamento vai liberar várias centenas de milhares de documentos ainda nesta sexta-feira, mas reconheceu que o material não abrange a totalidade dos arquivos da investigação sobre o financista condenado por crimes sexuais, morto em 2019.
Segundo Blanche, a divulgação será feita de forma escalonada, com novos documentos sendo publicados ao longo das próximas semanas. Ele disse que o atraso se deve à necessidade de revisar os arquivos para proteger a identidade das vítimas.
A decisão colocou a Casa Branca em aparente conflito com a legislação, que determinava a divulgação de todas as informações não isentas do caso em até 30 dias. Procurado, o Departamento de Justiça afirmou que as declarações de Blanche “falam por si”.
No Congresso, parlamentares cobraram transparência total. O deputado Thomas Massie (Republicano-Kentucky), que liderou a iniciativa legislativa, afirmou que será possível identificar rapidamente se o governo omitiu documentos relevantes, especialmente aqueles que mencionariam nomes de homens acusados de crimes sexuais.
Já o deputado Ro Khanna (Democrata-Califórnia) disse que a liberação parcial pode ser um avanço, desde que os documentos não estejam excessivamente censurados e que haja um cronograma claro para a divulgação completa.
O líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, acusou o governo de tentar ocultar informações e afirmou que os democratas seguirão pressionando até que todo o material seja tornado público.