A Justiça de São Paulo determinou a penhora de ao menos 18 imóveis do ex-prefeito Paulo Maluf para pagamento de uma dívida de 417 milhões de reais com o município, obtida em razão de uma condenação por improbidade administrativa.
O processo contra o cacique do PP foi iniciado há mais de três décadas. A condenação definitiva aconteceu em 2007, mas os valores nunca foram pagos. Maluf foi sentenciado por ter usado um símbolo de sua campanha eleitoral – um trevo de quatro folhas formado por quatro corações em vermelho – como marca oficial da gestão municipal, entre 1993 e 1996.
A execução dos bens soma pelo menos 25,8 milhões de reais e inclui uma mansão na praia de Guarujá, terrenos em Itapecerica da Serra e lojas e apartamentos na capital paulista. Procurada por CartaCapital, a defesa de Maluf informou que não comentará o caso.
O cumprimento de sentença cabe ao juiz Fausto José Martins Seabra, da 3ª Vara de Fazenda Pública do TJ paulista. O magistrado decidiu pela penhora de quatro imóveis em agosto do ano passado, outros doze em dezembro e mais dois na semana passada. Alguns deles foram herdados da mãe, Maria Estefno Maluf, desde a primeira determinação.
Duas matrículas de imóveis também são alvos de pedidos de penhora, mas continuam sob o patrimônio do ex-prefeito. Nos autos do processo, a defesa de Maluf diz que o local apontado é o mesmo imóvel onde ele reside com a família. O juiz do caso determinou que um perito analise a possibilidade de ressarcir o município com uma parte.