Solto na noite de sexta-feira (21), o ex-vereador e youtuber Gabriel Monteiro, que estava preso desde novembro de 2022 no presídio Pedrolino Werling de Oliveira, em Bangu 8, tem cinco dias como prazo para que coloque a tornozeleira eletrônica. A liberdade foi concedida pela 34ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, que substituiu a prisão preventiva por medidas cautelares. Ao sair da cadeia, Monteiro afirmou: “Acredito que Deus está fazendo Justiça por mim”.
Além do uso de tornozeleira eletrônica, a decisão judicial determina que o ex-parlamentar bolsonarista não deixe o Rio de Janeiro e compareça periodicamente à Justiça.
Além disso, ele está proibido de manter contato com a vítima do crime pelo qual foi acusado: uma mulher de 22 anos que alega ter sido forçada a manter relações sexuais após Monteiro apontar uma arma para ela, em julho de 2022. O ex-vereador também teria tentado filmar o ato. O processo corre em segredo de Justiça, e Monteiro tem cinco dias para se apresentar para a colocação da tornozeleira.
A liberdade de Monteiro foi possível após a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitar, por unanimidade, um recurso da defesa do ex-vereador. Ele foi preso em novembro de 2022, após se apresentar a uma delegacia em Niterói, e já havia perdido o mandato de vereador por quebra de decoro parlamentar.
O bolsonarista foi o terceiro vereador mais votado do Rio de Janeiro em 2020, pelo PSD (posteriormente filiado ao PL), atrás apenas de Carlos Bolsonaro (então no Republicanos, hoje no PL) e Tarcísio Motta (PSOL).
Ex-integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), Monteiro ganhou notoriedade ao invadir instalações públicas sob o pretexto de fiscalizar suas condições, sempre acompanhado de assessores e produzindo vídeos para suas redes sociais. Estima-se que ele faturava cerca de R$ 300 mil por mês com esse conteúdo.
No entanto, sua carreira política foi marcada por polêmicas e condenações. No fim de 2024, Monteiro foi sentenciado a um ano de detenção e 360 dias de multa por invadir uma unidade hospitalar durante a pandemia de Covid-19.
A juíza Maria Tereza Donatti, do 4º Juizado Especial Criminal (Leblon), determinou que a pena fosse cumprida por meio de prestação de serviços comunitários.
O caso ocorreu em 26 de março de 2021, quando Monteiro e sua equipe entraram sem autorização no CTI da Coordenação de Emergência Regional do Leblon, um espaço restrito para pacientes com Covid-19. O grupo acessou a área sem conhecimento técnico para usar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequadamente e utilizou celulares sem higienização, colocando em risco 20 pacientes em ventilação mecânica.
Eles também se deslocaram para outro CTI, onde estavam internados pacientes em estado grave com outras condições de saúde.
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