A Justiça argentina ordenou, na terça-feira 10, o arquivamento do processo contra dois jogadores de rugby franceses que haviam sido acusados de violação por uma mulher na província de Mendoza em julho, informou o advogado da defesa.
Lucas Dupont e Antoine Martin, ambos de 21 anos, foram acusados de violação por uma mulher de 39 anos que afirmou ter sido atacada em um hotel da capital de Mendoza na noite de 6 para 7 de julho, após um amistoso da seleção francesa de rugby contra a da Argentina.
“Como esperávamos, os jogadores franceses foram absolvidos porque o ato foi consensual, ou seja, não houve crime e não há dúvida de que são inocentes”, declarou Éric Dupont à imprensa ao fim da audiência realizada no Polo Judicial de Mendoza.
“Os jogadores foram vítimas de falsas acusações”, disse à AFP o advogado parisiense dos atletas, Pierre Dupont.
Em comunicado, o tribunal afirmou que a decisão da juíza Sofia Rodriguez teve como base o fato de que o ocorrido “não se enquadra em uma infração penal. Em conclusão, o fato investigado não constitui um crime”.
“Mas o importante é que já existe uma declaração de inocência, uma sentença. A conclusão é clara: não houve crime, não houve relações sexuais em contexto de abuso, mas sim consensuais”, afirmou Dupont.
Questionada se apelaria da decisão, a advogada Ana Gomes, representante da demandante, afirmou à AFP: “Sim, claro, confirmado”. Os autores têm 15 dias úteis para apresentar recurso.
Dupont e Martin ficaram em prisão preventiva e, depois, em prisão domiciliar em Mendoza, até que foram liberados pela Justiça em meados de agosto e autorizados a retornar à França no início de setembro.
Um dos principais argumentos da defesa era que a autora do processo supostamente teria ocultado dos tribunais que sofria de síndrome de Von Willebrand, uma doença hemorrágica que afeta a coagulação do sangue e pode predispor a contusões ou hemorragias.
Segundo a defesa, essa condição justificava as marcas em seu corpo, que foram apresentadas como sinais de um encontro sexual violento.
O argumento foi rejeitado pela Promotoria e pela juíza, que encontraram contradições na denúncia.
O processo também contou com provas de áudios enviados pelo aplicativo WhatsApp, que vazaram na imprensa, nos quais a demandante falava favoravelmente com uma amiga sobre o encontro sexual com os jogadores.