A 6ª Vara Federal de Guarulhos (SP) condenou seis líderes de uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas à Europa por meio do Aeroporto de Guarulhos. Em pelo menos três casos, o grupo trocou etiquetas em malas de passageiros.
Em um desses episódios, em março de 2023, uma remessa de 40 quilos de cocaína levou duas brasileiras inocentes à prisão em Frankfurt, na Alemanha. Elas permaneceram sob custódia por 38 dias.
A partir de uma denúncia do Ministério Público Federal, a Justiça condenou os dois principais chefes do grupo a 39 anos e 8 meses de prisão e a 26 anos e 3 meses. Segundo o MPF, eles eram responsáveis por adquirir a droga que seria enviada à Europa, aliciar outros criminosos, realizar pagamentos e ceder celulares para comunicação no aeroporto.
Os demais réus participavam da logística para a remessa de drogas e supervisionavam o processo, desde a chegada das substâncias ao aeroporto até a acomodação delas nos aviões. Em alguns casos, trabalhavam em prestadoras de serviços no terminal e aliciavam colegas para se envolver em tarefas como a recepção de bagagens com cocaína e a troca de etiquetas. As penas deles variam de 7 a 16 anos e 4 meses de prisão.
A sentença também mantém a prisão preventiva de todos os réus, detidos na Operação Colateral, em julho de 2023.
O tráfico por eles promovido previa, como método, a aposição de etiquetas de passageiros inocentes em malas contendo elevada quantidade de cocaína, demonstrando personalidade desprovida de constrangimento ou hesitação em relação à possibilidade de prisão de outros cidadãos no estrangeiro.