O dia D de Jair Bolsonaro e sua caterva golpista chegou. Nas primeiras horas do julgamento da ação penal do golpe pelo Supremo Tribunal Federal (STF) parlamentares e autoridades petistas foram às redes sociais na manhã desta terça-feira (2) exaltar a data histórica para a democracia brasileira, exemplo para o mundo, que mostra que o país avança no compromisso com a Justiça e no decidido acerto de contas com seu passado.
“É um momento histórico para o Brasil e para o mundo: a Justiça dará uma resposta aos ataques autoritários e a quem tenta rasgar a Constituição. A democracia brasileira resistiu, venceu nas ruas e nas urnas, e seguirá firme. O recado é claro: quem atentar contra o povo e contra o Estado Democrático de Direito responderá por seus atos”, afirmou o presidente do PT, Edinho Silva, em suas redes junto com a foto tirada no dia 8 de janeiro de 2023 em Araraquara, em que aparece ao lado do presidente Lula logo no início dos ataques à Praça dos Três Poderes.
“Um dia que ficou marcado na memória de todos que defendem a democracia”, escreveu, ao destacar o início do julgamento dos golpistas que “conspiraram contra a democracia, planejaram os assassinatos do presidente Lula, do vice, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes. Não aceitaram o resultado das urnas e quiseram desrespeitar a vontade do povo brasileiro em 22”, salientou Edinho, ao reforçar que os ataques à vontade popular e planejamento de assassinatos não podem ser banalizados.
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Essa foto foi tirada no dia 8 de janeiro de 2023, em Araraquara. Um dia que ficou marcado na memória de todos que defendem a democracia.
Hoje, começa o julgamento dos golpistas que conspiraram contra a democracia, planejaram os assassinatos do presidente Lula, do vice, Geraldo… pic.twitter.com/ERVFfFhikK
— Edinho Silva (@edinhosilva) September 2, 2025
O julgamento de Bolsonaro e do núcleo do golpe foi alvo de publicação do líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE). “O que era tratado como “teoria da conspiração” agora está nas mãos da Justiça. A tentativa de destruir a democracia brasileira tem nomes, datas e provas, e os responsáveis podem finalmente ser responsabilizados”, disse ele, ao apontar que não se trata apenas de um ex-presidente no banco dos réus.
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“É a democracia em jogo. Ou o país pune os golpistas, ou normaliza o ataque mais grave ao Estado de Direito desde a redemocratização”, disparou Carvalho.
Um novo caminho para o Brasil
O deputado federal Lindbergh Faria (PT-RJ), líder do PT na Câmara, publicou em suas redes sociais vídeo que fez na Praça dos Três Poderes antes de entrar no STF para assistir ao julgamento.
“É um julgamento histórico porque tivemos ditadura militar, assassinatos, torturas e nenhum dos militares generais foram julgados. Quem matou o Rubem Paiva não foi julgado. Estamos construindo um novo caminho, esse julgamento é importante para que isso nunca mais aconteça”, afirmou Lindbergh ao pedir intensa divulgação da operação Punhal Verde Amarelo e dar detalhes dos planos de assassinatos de autoridades.
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“O que começa a ser julgado hoje não é apenas uma retórica golpista. São provas concretas de que o então presidente da República aceitou, estimulou e acompanhou planos de assassinato político contra Lula, Alckmin e Moraes. A democracia resistiu. Mas agora é a hora do Brasil conhecer toda a verdade e da Justiça dar a resposta que a história exige”, escreveu o deputado em longa mensagem em que resume os capítulos da trama que poderia ter afundado o país novamente em anos obscuros de repressão militar.
Armas pesadas e envenenamentos
“A PGR diz com todas as letras: o então presidente tinha ciência do plano e autorizou sua evolução. O plano descrevia a neutralização das autoridades democráticas”, afirmou Lindbergh que destacou também que os golpistas cogitavam o disparo de armas pesadas, uso de explosivos ou até envenenamento em eventos públicos.
“Em relação a Lula e Alckmin, sabia-se em remédios eficazes para induzir o colapso orgânico. Mesmo depois de contratempos, o grupo mantinha a expectativa de consumir o golpe. Discutiu-se até a criação de um ‘Gabinete Institucional de Gestão da Crise’, que seria acionado logo após uma ruptura institucional para sustentar um governo paralelo de Jair Bolsonaro”, assinalou.
Pessoal, hoje é um dia histórico. Começa o julgamento de Jair Bolsonaro e dos militares envolvidos na trama golpista. O Brasil vai conhecer em detalhes as provas de que o ex-presidente perdeu as eleições, atacou as instituições e iniciou a execução de um plano de golpe de Estado… pic.twitter.com/ojilh2Aex1
— Lindbergh Farias (@lindberghfarias) September 2, 2025
Brasil celebra a efetividade da Constituição, diz Guimarães
Com foto do presidente da Assembleia Nacional Constituinte (1987/1988) Ulisses Guimarães erguendo a Constituição de 1988, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE) também foi às redes para reafirmar que o julgamento de Bolsonaro e de seus cúmplices é mais que um dever de justiça. “É a reafirmação da força da Constituição de 1988, uma verdadeira vitória da democracia, do estado democrático de direito, que tem o bem-estar social como norte na nossa Carta Magna”, destacou, ao reiterar que ninguem ficará impune por afrontar a democracia e as instituições.
“O Brasil celebra não apenas o julgamento dos golpistas, mas também a eficácia e efetividade da Constituição, tão bem construída pelos constituintes originários. A democracia sempre vencerá quando for confrontada!”, reafirmou Guimarães que em outras postagens ressaltou o dia histórico, a “virada de página” da história com a consolidação da democracia e do estado democrático de direito e a demonstração da solidez das instituições brasileiras.
O julgamento de Bolsonaro e de seus cúmplices, que tem início hoje no Supremo Tribunal Federal, é mais que um dever de justiça: é a reafirmação da força da Constituição de 1988.
Uma verdadeira vitória da democracia, do estado democrático de direito, que tem o Bem-Estar social… pic.twitter.com/ViuouSvnIX
— José Guimarães (@guimaraes13PT) September 2, 2025
Era dos golpes e do arbítrio acabou, diz ministra
“O Brasil tem hoje um encontro marcado com a democracia”, ressaltou a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência, Gleisi Hoffmann em postagem na rede X em que classificou o julgamento da ação penal do golpe pelo STF como o fim de um ciclo histórico, marcado pela impunidade dos que atentavam contra o estado de direito e os governos eleitos pelo povo.
Todos os ritos do processo legal, a presunção de inocência e o direito de defesa, segundo ela, foram observados com rigor, o que jamais teria acontecido sob as ditaduras do passado. “Agora, a Justiça terá a palavra final. Que seja para afirmar ao Brasil e ao mundo que a era dos golpes e do arbítrio acabou. Democracia sempre!”, saudou Gleisi.
O Brasil tem hoje um encontro marcado com a democracia. O julgamento da ação penal do golpe pelo Supremo Tribunal Federal marca o fim de um ciclo histórico, em que permaneciam impunes os que atentavam contra o estado de direito e os governos eleitos pelo povo em nosso país. Todos…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) September 2, 2025
A democracia resistiu
“Tem imagens que valem mais do que mil palavras”, publicou o senador Humberto Costa (PT-PE) junto com a capa do Le Monde Diplomatique que mostra um sol quadrado com a legenda “É melhor já ir se acostumando”.
Tem imagens que valem mais do que mil palavras. pic.twitter.com/myioGvxIxp
— Humberto Costa (@senadorhumberto) September 2, 2025
Em outra postagem com a lista de crimes de Bolsonaro, Costa assinala que se o golpe tivesse vingado, a democracia teria sido silenciada. “Mas estamos aqui. A democracia resistiu e chegou a hora de fazer justiça”, exaltou.
Eles tentaram, mas falharam. Se o golpe de Bolsonaro tivesse vingado, a democracia teria sido silenciada. Mas estamos aqui. A democracia resistiu e chegou a hora de fazer justiça. pic.twitter.com/MEhnafnI1p
— Humberto Costa (@senadorhumberto) September 2, 2025
“Pela primeira vez na história do Brasil, um ex-presidente senta no banco dos réus para responder à tentativa de golpe de Estado. Um julgamento que não é só sobre o passado, mas que reafirma a força da nossa democracia”, assinalou a deputada Maria do Rosário (PT-RS) em postagem em suas redes sociais junto com vídeo com imagens dos ataques terroristas dia 8 de janeiro de 2023. A deputada reforçou que o Brasil que não aceita retrocessos e não pode viver de tempos em tempos a onda do golpismo.
“Responsabilizar Bolsonaro e toda essa quadrilha golpista significa livrar o Brasil de toda uma história de golpes contra a democracia. Significa honrar a construção da própria democracia no país e fazer avançar para uma democracia substantiva”, assinalou.
Da Redação